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Novo tratamento para depressão tem menos efeitos colaterais

Midiamax - 24 de julho de 2015 - 17:00

A eletroconvulsoterapia (ECT), comumente conhecida como terapia de choque, ainda é uma das mais efetivas contra depressão grave (quando o paciente apresenta muitos sintomas da doença, não consegue realizar suas atividades ou tem instintos suicidas e delírios). O método consiste na indução de uma corrente elétrica por meio de eletrodos aplicados no couro cabeludo.

O principal tipo de ECT usado na luta contra esse tipo de distúrbio é a de pulso breve, aplicado em ambos os lados do cérebro. No entanto, essa técnica tem como efeitos colaterais a perda de memória recente e problemas de cognição após as sessões.

Pois este tipo de tratamento pode ser substituído por outro menos agressivo, chamado de "estimulação por pulso ultra breve". É o que diz um estudo publicado terça-feira, no periódico científico Journal of Clinical Psychiatry. No procedimento, os eletrodos são aplicados apenas no hemisfério direito do cérebro e a duração dos pulsos é mais breve, em comparação com o tratamento padrão.

Nesta revisão, a primeira a examinar sistematicamente a efetividade e os efeitos cognitivos da eletroconvulsoterapia, os pesquisadores da Universidade de New South Wales, na Austrália, afirmam que a estimulação por pulso ultra bleve é tão eficaz quanto a padrão e traz menos prejuízos à memória recente e à cognição do paciente.

"Esta terapia é um dos desenvolvimentos mais significativos no tratamento clínico da depressão grave ocorridos nas últimas duas décadas", afirmou Colleen Loo, professor de psiquiatria da Universidade de New South Wales e principal autor do estudo.

Eduardo Aratangy, psiquiatra coordenador do serviço de ECT do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, explica que, embora o uso de pulsos mais rápidos reduza a ocorrência do principal efeito colateral da ECT (o prejuízo na memória recente), os pulsos mais longos possuem eficácia antidepressiva maior.

"A decisão sobre o tipo de aplicação terá que levar em conta muitos fatores individuais, mas a ECT segue como ferramenta terapêutica eficaz e salvadora de vidas nos casos mais graves", afirmou Aratangy.

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