O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse ontem que o valor do salário mínimo para 2006 será definido pelo governo até meados de dezembro e deverá ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na mesma época, quando Lula recebe as centrais sindicais em Brasília. Para o ministro, o valor do mínimo não será de R$ 400,00, como querem os sindicatos, mas será superior aos R$ 321,00 aprovados na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

No próximo dia 29, as centrais sindicais se encontram com os ministros Antônio Palocci (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento) para discutir o salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda. Para Marinho, o valor do mínimo tem de ser construído em sintonia com o Congresso, para "caber" no orçamento.

A possibilidade de reajuste para o ano que vem levará em conta a composição orçamentária além de outros itens, como a Lei Kandir, o Imposto de Renda, a demanda das várias regiões do País e dos vários setores da economia. "Será o maior salário mínimo que couber no orçamento", disse o ministro, que encerrou o V Congresso dos Metalúrgicos do ABC.

Sobre política, o ministro afirmou que "a guerra para o ano que vem já começou", referindo-se à disputa pelo Palácio do Planalto. Ele defendeu que Lula seja candidato à reeleição e que a população saberá avaliar positivamente o governo petista quando compará-lo aos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. "A qualidade do governo petista em comparação com o governo anterior dará condição a Lula de ser candidato e reeleito", afirmou.

O ministro acusou a oposição de não estar utilizando as CPIs para investigar e punir candidatos, mas sim de fugir do debate eleitoral, evitando a comparação entre os governos (FHC e Lula). "Por isso querem cassar o José Dirceu sem provas, para desgastar o governo Lula", disse.