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Novo caso de ebola em Serra Leoa faz temer retorno da epidemia

Saúde Plena - 16 de janeiro de 2016 - 09:30

Um novo caso de ebola foi confirmado nesta sexta-feira (15/01) em Serra Leoa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), um dia após ser declarado o fim da epidemia na África Ocidental - provocando o temor de um possível retorno.

"Podemos confirmar um caso de ebola em Serra Leoa", disse a OMS em um comunicado, depois de analisar o caso de uma mulher de 22 anos que ficou doente em uma localidade próxima à fronteira com a Guiné e que morreu há três dias.

Trata-se da estudante Marie Jalloh, morta em 12 de janeiro em Magburaka, no norte do país, informou o médico Augustine Junisa, funcionário dos serviços de saúde da cidade.

Na quinta-feira, as primeiras análises realizadas pelas autoridades de saúde de Serra Leoa apresentaram resultado positivo ao vírus. Um novo teste confirmou nesta sexta-feira a presença do vírus pela OMS, que saudou a "resposta rápida" das autoridades de Serra Leoa.

"Uma equipe conjunta de autoridades locais, da OMS e de seus parceiros está investigando a origem do caso, identificando os contatos (pessoas suscetíveis de terem tido contato com a vítima) e tomando medidas de controle para prevenir a propagação", afirmou a OMS em nota à imprensa.

Marie Jalloh adoeceu na semana passada durante suas férias na cidade de Baomoi Luma. Ela foi transportada por via terrestre por seus parentes até Magburaka, onde morreu. Segundo um alto funcionário do ministério da Saúde, ela morava em Lunsar, outra cidade do norte de Serra Leoa.

Estes eventos ocorrem enquanto o presidente do país, Ernest Bai Koroma, encontra-se na Namíbia para uma cúpula da União Africana sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Em Freetown, o porta-voz do Escritório de Segurança Nacional (ONS), Langoba Kelly, quis tranquilizar sobre as medidas tomadas para limitar a propagação do vírus. Surgido no oeste da África em 2013, na Guiné, ele se espalhou para a Libéria e Serra Leoa, três países fronteiriços que foram os mais atingidos pela epidemia.

A célula de crise foi reativada e equipes de investigação foram enviadas para as cidades de Makeni (norte) e Magburaka, afirmou Kelly.

"Nosso nível de preparo continua elevado porque não desmontados todas as estruturas utilizadas para combater o vírus", explicou, pedindo calma à população e prosseguimento com as medidas de higiene e prevenção.

Retomar a lavagem das mãos
O professor Ian Mackay, da universidade de Queensland, na Austrália, se disse preocupado especialmente com a redução das boas práticas de higiene, como a lavagem de mãos, em entrevista à BBC nesta sexta.

"Isso parece ter diminuído um pouco. A OMS evocava até ontem (quinta-feira) que a lavagem das mãos era negligenciada e que era preciso restabelecer essa prática para ajudar a combater o retorno (do ebola) e outras infecções", ressaltou o virologista.

O novo caso confirmado é um retrocesso na luta contra o vírus após o anúncio oficial da interrupção de "todas as redes de transmissão já conhecidas" da epidemia na Libéria e em toda a região.

A declaração da OMS foi recebida com alívio, mas também com prudência pelos países afetados e a comunidade internacional. Menos de 24 horas depois, a alegria se transformou em decepção.

Em dois anos, a epidemia ganhou dez países, incluindo a Espanha e os Estados Unidos, causando mais de 11.300 mortes oficialmente em mais de 28.600 casos relatados - mais de 99% na Guiné, Libéria e Serra Leoa.

Este saldo é considerado subestimado pela própria OMS e é sete vezes superior em número de mortos daquele acumulado em todas as epidemias de ebola após a identificação do vírus em 1976.

Após Serra Leoa em 7 de novembro e Guiné, em 29 de dezembro, a Libéria foi declarada nesta quinta-feira livre do vírus, ao passar 42 dias desde que os últimos casos de ebola deram negativo no país.

Em Magburaka, a má notícia mergulhou os habitantes na consternação, segundo o agricultor Allieu Kamara, entrevistado por telefone. Embora "muito preocupado", ele espera "que a presença massiva de diferentes atores-chave dê fôlego" a todos.

A OMS fez um alerta contra "o risco permanente de novos focos durante 2016 em razão da persistência do vírus entre os sobreviventes" em seus fluidos corporais, especialmente o esperma, onde pode ficar até nove meses, até mesmo um ano.

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