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Nova testemunha diz que Celso Daniel foi seqüestrado

Bruno Bocchini/ABr - 29 de novembro de 2005 - 04:06

Uma nova testemunha, ouvida ontem (28) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, trouxe outra versão para o seqüestro e assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Segundo um dos promotores do caso, Roberto Wider Filho, que acompanhou o depoimento, a testemunha disse que o crime ocorreu por um desentendimento relativo à campanha para prefeito, no ano 2000.

A testemunha, que não teve sua identidade revelada, foi ouvida na capital paulista pelos senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Romeu Tuma (PFL-SP). Segundo a testemunha, o seqüestro do ex-prefeito teria sido realizado para pagar uma dívida que Sérgio Gomes teria assumido com um traficante, que atuava também no negócio de lotações. O traficante teria entregue a Sérgio Gomes da Silva R$ 1,5 milhão com a finalidade de financiar a campanha de 2000 de Celso Daniel. Em troca, a prefeitura de Santo André beneficiaria o traficante regularizando suas lotações.

De acordo com o depoimento da testemunha, relatado pelo promotor, Celso Daniel não teria autorizado a regulamentação das lotações. Com a recusa do prefeito, o traficante teria passado a exigir de Sérgio Gomes a devolução do dinheiro.

"O objetivo do seqüestro era obter R$ 3 milhões. Um milhão e meio pagaria isso [a devolução do dinheiro da campanha] e um milhão e meio de lucro para as pessoas que participaram do crime", explicou o promotor. Segundo ele, a testemunha afirmou que durante a execução do seqüestro, orquestrado por Sombra, Celso Daniel teria reconhecido um dos autores e por isso teria sido assassinado.

O promotor Roberto Wider avaliou que a nova versão apresentada entra em contradição com diversas provas já colhidas pela promotoria. Mesmo assim, segundo ele, a versão será levada em consideração. Wider ressalta, no entanto, que a versão que o Ministério Público de São Paulo sustenta é a de que Celso Daniel tinha conhecimento e concordava com o esquema de corrupção do financiamento de campanha eleitoral.

"E, no instante em que ele percebeu que o dinheiro era desviado mais para o bolso dos membros da quadrilha do que para a campanha, ele tomou medidas contra a quadrilha e por isso ele foi assassinado. Em relação a essa conduta do Celso Daniel, eu tenho uma prova bastante forte", disse.

Em contraposição ao promotor, o senador Magno Malta (PL-ES), presente também no depoimento, disse acreditar que o novo depoimento esclareceria o caso. "É uma testemunha que fecha esse caso que envolve a morte de Celso Daniel", disse.

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