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Nova técnica devolve visão a crianças com catarata congênita

EPharma Notícias - 10 de março de 2016 - 21:00

Uma das principais causas de cegueira em crianças, a catarata congênita tem seu tratamento padrão limitado pela idade e complicações cirúrgicas que fazem com que a grande maioria delas fique com uma visão subnormal. Agora, porém, uma técnica inovadora desenvolvida por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, em parceria com cientistas chineses, promete mudar esse cenário. Tirando proveito dos avanços na medicina regenerativa, eles usaram as células-tronco presentes nos olhos das próprias crianças para reconstruir o cristalino, a “lente” do olho cuja opacidade impede a passagem da luz e caracteriza a catarata.

No tratamento padrão da catarata congênita, o cristalino opaco é cirurgicamente substituído por uma lente artificial. Nesse procedimento, porém, os médicos também acabam por remover as chamadas células-tronco epiteliais (LECs, na sigla em inglês), que geram novas células do cristalino durante toda a vida de uma pessoa, numa produção que cai com a idade. Já na nova técnica, os cirurgiões ainda retiram o cristalino opaco, mas preservam a membrana que ajuda a lhe dar o formato necessário para que funcione. Os médicos então estimulam as LECs a formar um novo cristalino, sem risco de rejeição ou problemas como acontece no tratamento tradicional.

Depois de testar a praticidade do novo método na bancada do laboratório e em diversos animais, os cientistas realizaram um ensaio clínico com 12 crianças com até 2 anos em um hospital chinês. Quando comparadas a um grupo de controle de 25 crianças submetidas ao tratamento padrão no mesmo local, as que passaram pela nova técnica apresentaram menos complicações e uma cura mais rápida, desenvolvendo um novo cristalino num prazo de três meses.

— O objetivo final das pesquisas com células-tronco é usar o poder regenerativo da própria pessoas para reparar tecidos e órgãos e tratar doenças — destaca Kang Zhang, pesquisador da universidade americana e principal autor de artigo que relata a nova técnica, publicado na edição desta semana da revista “Nature”. — O sucesso deste trabalho representa uma nova abordagem de como tecidos humanos ou órgãos podem ser regenerados e doenças tratadas, e pode ter um grande impacto em terapias regenerativas que buscam aproveitar o poder de regeneração de nossos próprios corpos.

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