A conclusão da análise da Medida Provisória MP 777/17, que altera a taxa de juros de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, é alvo de forte obstrução de partidos contrários à medida. Esses deputados argumentam que a mudança vai encarecer o crédito do banco público.

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), por exemplo, afirmou que a nova taxa criada pela MP vai encarecer o crédito de longo prazo. A MP cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para os empréstimos a partir de 1º de janeiro de 2018.

Atualmente, os financiamentos do BNDES utilizam a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). “A substituição da TJLP pela TLP vai desestimular os investimentos privados, e, portanto, serão gerados menos empregos e será gerada menos renda no Brasil”, disse Molon.

Relator da proposta, o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) afirmou que os juros subsidiados privilegiaram apenas poucos grupos econômicos, sem gerar desenvolvimento. Ele ressaltou que parte dos recursos empresados pelo BNDES vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

“É só olhar os dados econômicos para se confirmar que os subsídios só se transformaram num grande rombo fiscal. A sociedade está pagando um preço altíssimo por conta da irresponsabilidade governamental daqueles que usaram a TJLP como instrumento para atender fortes grupos econômicos, que levam 70% dos recursos do BNDES”, disse.