A devoção a Nossa Senhora Aparecida teve início em São Paulo. Tudo começou quando, em outubro de 1717, a Câmara de Guaratinguetá determinou que os pescadores entregassem todos os peixes que pescassem, para o almoço em homenagem ao Conde Assumar, Governador de Minas e São Paulo que estava de passagem por aquela cidade. Entre os pescadores estavam Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves. Eles lançaram suas redes no Rio Paraíba, mas nada conseguiram pescar. Já estavam desistindo, quando João atirou pela última vez a rede e recolheu uma pequena imagem, sem a cabeça. Lançou outra vez a rede e desta vez, espantado, recolheu a cabeça. Tratava-se de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, de face negra, feita de terracota e datada do século XVIII. Mais perplexos ficaram os pescadores, quando lançaram novamente a rede e obtiveram uma pesca tão abundante que os barcos quase afundaram com o peso dos peixes. Filipe levou a imagem para sua casa e mais tarde a doou a seu filho Atanázio que a colocou num oratório freqüentado pelos moradores vizinhos. A notícia do achado da imagem foi se espalhando, a devoção a Nossa Senhora foi se expandindo e, em 1745, foi inaugurada uma igreja sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Em 1888 foi inaugurada a Basílica, conhecida como Basílica Velha e, em 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora Aparecida foi oficialmente declarada Rainha do Brasil. Em 31 de maio de 1931 a imagem foi levada para o Rio, onde Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi aclamada rainha e padroeira do Brasil, recebendo as homenagens oficiais de toda a nação. Em 4 de julho de 1980, por ocasião de sua visita ao Brasil, o Papa João Paulo II inaugurou a atual Basílica, que é hoje o maior santuário mariano no Brasil e um dos maiores centros de peregrinação no mundo, com milhões de visitantes durante o ano.

Hoje, dia da Padroeira do Brasil e da Criança, peçamos a Nossa Senhora Aparecida pelo nosso país e em particular por nossas crianças. Que a Mãe Aparecida cuja imagem de cor negra é igual à cor de muitos de nós brasileiros, nos livre da tentação de discriminar os irmãos por causa do tom de sua pele, da cultura, da condição social ou do credo religioso que professam. Que ela nos torne sensíveis às necessidades e anseios de nossas crianças, especialmente das mais abandonadas, às quais falta o pão, o teto, a educação, e o calor de uma família, e nos anime a construir para elas um futuro promissor e justo.