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Nos Estados Unidos, sedentarismo é considerado epidemia

Agência Notisa - 30 de junho de 2005 - 14:45

A incapacidade de locomoção e do pleno exercício de funções básicas ao final da vida pode provocar o isolamento do idoso. O cotidiano torna-se cansativo, já que tarefas simples exigem grande esforço e força de vontade por parte do paciente. O fisioterapeuta Allan M. Jette, professor da Universidade de Boston, estuda, há mais de 20 anos, formas de prevenir ou reduzir o impacto das incapacidades funcionais no cotidiano do idoso. “Nos primeiros Congressos que participei este tema não chamava a atenção, já que, para a maioria, não havia prevenção para as chamadas ‘doenças da velhice’”, disse o pesquisador.

Segundo Jette, o primeiro passo para que o assunto fosse tratado com a atenção que merece foi um parecer da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabeleceu termos técnicos relativos ao conceito de incapacidade – antes visto como algo subjetivo – criando padronização e unidade entre os pesquisadores da área. ”Segundo a classificação da OMS, limitação é a dificuldade para exercer tarefas, enquanto a restrição de participação se configura como problema no envolvimento das pessoas no meio social. Neste contexto, fazer com que o idoso se levante da cadeira execute tarefas em casa é bem mais simples do que inseri-lo novamente em seu ambiente cotidiano”, afirmou.



Como política pública, a prevenção da incapacidade no fim da vida se torna prioridade à medida que o indivíduo deixa de participar ativamente da sociedade. A atividade física é o principal mecanismo, atualmente, para evitar doenças e complicações na velhice. “Hoje pregamos o envelhecimento ativo, mas precisamos criar estratégias de prevenção capazes de causar impacto na população”, disse o fisioterapeuta. Para ele, a falta de exercícios físicos ao longo da vida contribui para uma vida sedentária na velhice.

Nos Estados Unidos, o sedentarismo é considerado uma epidemia, já que a grande maioria da população não possui uma rotina que inclua atividades físicas. “Temo que outros países sejam atacados por esse mal. Em muitos, o grande número de lojas de fast-food me assusta. Mas o próprio desenvolvimento das grandes cidades não contribui para uma cultura de valorização de uma vida saudável”, ressalta o fisioterapeuta. Em um estudo para analisar o impacto dos exercícios na qualidade de vida e saúde dos idosos com osteoartrite no joelho, ele constatou que, dentre os 215 idosos pesquisados, a grande maioria respondeu positivamente à atividade física, com diminuição da dor e melhora na função motora.

O medo da queda é um dos pontos mais questionados pelos idosos nas pesquisas realizadas por Jette. “Muitos temem a atividade física devido ao receio de cair e machucar-se. Para que este comportamento mude é preciso esforço da comunidade médica. Este tema deve ser encarado como questão de saúde pública. Prevenir complicações na velhice é muito mais simples e menos dispendioso do que tratar e manter idosos incapazes”, concluiu.



Agência Notisa (jornalismo científico - science journalism)

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