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No Facebook, quantas selfies da mesma pessoa você suporta na sua timeline?

Campo Grande News - 25 de julho de 2014 - 09:45

Kamila e a foto tradicional, com biquinho. (Foto: Arquivo Pessoal)
Kamila e a foto tradicional, com biquinho. (Foto: Arquivo Pessoal)

Quantas fotos da mesma pessoa você aguenta na sua timeline antes de partir para o bloqueio no Facebook? “Uma por dia está bom”, opina a promotora de vendas Sandra Melo. Ela “sofre” com a irmã, que é viciada em selfies, e por isso responde de cara a pegunta.

Para ela, quem lota o Facebook de autoretratos quer se aparecer e está em busca de curtidas, o que nem sempre acontece. A estudante Ana Carolina Neves Alves, de 13 anos, pensa diferente.

Acredita que as pessoas só querem mostrar o momento em que estão vivendo. “Não me incomoda muitas fotos. É uma diversão”. Ela diz isso porque também vive se fotografando. “Principalmente na escola. Coloco umas cinco por dia”, revela.

A auxiliar de cobrança Larissa Leão Alves, de 18 anos, não discorda da justificativa da adolescente, mas diz que quem abusa do selfie quer, também, visibilidade. “Tem gente que é viciada, nossa. Quando é bonito até vai, agora tem outros que pelo amor de Deus”, comenta.

Há inúmeras justificativas informais apontadas para o excesso, que agrada uns e desagrada outros, mas a APA (Associação Americana de Psiquiatria), apresentou uma científica. Pesquisadores da entidade reconheceram a propensão para os autoretratos como um transtorno mental, definido como um distúrbio obsessivo-compulsivo caracterizado por um desejo permanente de se fotografar, colocando as fotos nas redes sociais, para compensar a falta de autoestima.

A jornalista Kamila Agatha Lovizon, de 29 anos, já sabia disso quando foi procurada pelo Lado B para dar entrevista. “Vão dizer o que eu transo pouco, que minha estima é baixa... Vou ficar bem chateada se passar disso”, brincou. “É que, na verdade, eu nem gosto muito de fotos. No meu Instagram tem poucas, quase 4 mil”, ironiza.

Repórter rural, Kamila já apareceu ao lado de bezerro agonizando e até enfiando a mão inteira dentro do ânus de uma vaca, mas no Instagram dela, além das cenas inusitadas, o que chama a atenção mesmo são os selfies.

Todo dia tem um novo, no carro, cama, espelho, elevador, meio da rua, academia ou aonde estiver. Ela não esconde. É viciada em autoretratos. Faz a qualquer hora, sempre que dá vontade, e não se importa nenhum pouco com a opinião alheia.

O perfil da repórter na rede é mesmo lotado, mas, se depender dela, vai receber mais registros. “Eu nem penso. Quando vejo, já tirei e postei. Tem dias que coloco duas, em outro posto 10. Só não posto quando viajo para fazer matérias nas fazendas porque não pega rede. Mas minha autoestima está super bem. Obrigada”, conta.

Para ela, pesquisas como a da APA (Associação Americana de Psiquiatria), que reconheceu a propensão para selfie como um transtorno mental, é balela. “Tudo mentira”, dispara. Kamila se intitula uma “fofoqueira da própria vida” e avisa aos críticos de plantão que não vai parar. “Quem quiser ver, vê. Se não quiser ver é só me excluir”, ensina.

A modelo plus size Karol Mafra, de 24 anos, também vive se fotografando, mas acha que não incomoda. “No Face eu tenho meus amigos e no Instagram, que posto mais, é um local específico para fotos”.

Ela não se considera uma viciada. Garante que, se quiser, consegue parar sem dificuldade, mas gosta de se ver e aproveita o hobby para divulgar e se “lançar”.

“Por ser modelo, eu uso para divulgar roupas, maquiagens, e também pela autoestima. A gente se sente bonita”.

E tem mais, argumenta. Quem critica, provavelmente faz a mesma coisa. “Hoje em dia todo mundo tira muitas fotos”.

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