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Negociações entre bancários- banqueiros estão em impasse

Mylena Fiori/ABr - 17 de setembro de 2004 - 08:29

São Paulo – A negociação salarial entre bancários e bancos públicos e privados do país encontra-se num impasse. A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), oficializada no dia 8 de setembro após dois meses e cinco rodadas de negociação com a Confederação Nacional dos Bancários (CNB), vem sendo rejeitada pela categoria em assembléias realizadas em todo o país desde a última terça-feira.

Os bancários acreditam que podem obter mais do que o oferecido pelo bancos e fazem greve enquanto esperam ser chamados para nova conversa. A Fenaban, por outro lado, diz que não vê motivos para rever a proposta previamente discutida. Não há previsão de nova rodada de negociação.

“Só uma grande greve fará a Fenaban mudar alguma coisa e acreditamos nisto. Estamos com adesão grande nos bancos federais e estamos construindo a adesão nos bancos privados”, afirma o presidente da CNB, Wagner Freitas. Os bancários reivindicam reposição da inflação mais aumento real de 17,68% e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de um salário mais R$ 1.200.

A minuta de reivindicações foi apresentada pela CNB à Fenaban em 17 de junho e começou a ser discutida no dia 22 daquele mês. A negociação é unificada, dos setores público e privado. O economista Murilo Barella, técnico do Dieese que assessora a CNB e acompanhou os debates, conta que apenas na quarta rodada houve uma proposta concreta dos bancos, que ofereceram 6% de reajuste geral – menos que a inflação do período. “Discutimos ganho real e finalmente, depois de uma quinta rodada em duas reuniões, a Fenaban oficializou a proposta final”.

Os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500 – o que representa reajuste de até 12,77% e aumento real de 5,75%. Para os que ganham acima de R$ 1.500, o reajuste sugerido foi de 8,5%, assim como para as demais verbas de natureza salarial, como vales de alimentação, refeição e auxílio-creche. A proposta previa uma PLR de 80% do salário mais R$ 705 (mínimo de 5% e máximo de 15% do lucro líquido do banco, até o limite de dois salários ou R$ 10.020) e pagamento de vale-alimentação extra de R$ 217.

A proposta foi considerada “passível de aceitação” pelos representantes dos bancários, mas houve impasse em questões específicas relativas aos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. “Entendemos que houve um avanço. A proposta econômica dá ganho real, agrega 13ª de cesta alimentação e amplia a participação nos lucros. É muito superior ao obtido nos últimos 10 anos”, avalia o presidente da CNB.

Agora, ao ser apresentada à categoria, a proposta vem sendo rejeitada. “O movimento bancário é democrático e costuma discutir tudo em assembléias”, explica Wagner Freitas. “Os trabalhadores acham que os bancos podem conceder mais do que estão oferecendo em razão de sua lucratividade. "

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