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Nasceu cópia idêntica de bezerra clonada

Mapa Imprensa - 20 de fevereiro de 2004 - 08:24

Nasceu a primeira cópia idêntica de um clone na América Latina. A bezerra da raça simental “Vitoriosa da Embrapa”, nascida em Brasília no último dia 5 de fevereiro, surgiu a partir de células isoladas de um pedaço da orelha da vaca “Vitória”, o primeiro clone bovino do Brasil, parida em 2001. Estudos de identidade genética feitos pela empresa Genomax comprovam que “Vitoriosa” é realmente um clone do clone.

A bezerrinha resulta de um experimento desenvolvido nos laboratórios de reprodução animal da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Vitoriosa da Embrapa” também é parte da tese de doutorado em Biologia Molecular da pesquisadora Lílian Iguma na Universidade de Brasília (UnB).

Nesse experimento, foram produzidos 35 embriões e transferidos para 17 receptoras, as chamadas ‘mães de aluguel’. Às 13 horas do último dia 5 de fevereiro, após 293 dias de gestação no Campo Experimental Sucupira, uma das receptoras pariu a nova bezerrinha. Desde o nascimento “Vitoriosa” tem apresentado um crescimento normal, com o monitoramento dos aspectos clínicos, hematológicos e bioquímicos feito pela equipe da Embrapa e do Hospital Veterinário da UnB.

“É um novo marco para a história da ciência no Brasil, mais uma vitória científica da genética animal desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa”, comemora o ministro Roberto Rodrigues. “Isso coloca o Brasil na vanguarda da biotecnologia, assim como já tínhamos feito com o seqüenciamento genômico da doença dos laranjais”. Em 2002, uma rede de 160 pesquisadores e 34 laboratórios financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) mapeou os 2.700 genes da Xylela fastidiosa, doença causadora do “amarelinho”.

O pesquisador Rodolfo Rumpf, coordenador dos experimentos em transferência nuclear da Embrapa, explica que o interesse da empresa pelo tema deriva das importantes aplicações potenciais em diversas áreas associadas ou não à engenharia genética. “Podemos, por exemplo, conservar animais ameaçados de extinção e multiplicar outros de elevado valor genético”.

As pesquisas amplificam estudos de biologia básica, biomedicina e transgenia, que podem levar ao nascimento de animais resistentes a doenças e parasitas, além de animais produtores de fármacos. Rumpf argumenta que os trabalhos auxiliam no aperfeiçoamento das características produtivas inerentes aos bovinos, como o aumento de algumas proteínas do leite que levam ao maior rendimento na produção de queijo.

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