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Nasan Xantox: O filho ausente

Nelson Affonso - 19 de maio de 2008 - 08:59

Sob a luz das noites de luar a saudade bate forte no meu peito, dá uma vontade louca de rever a cidade onde nasci, os amigos de escola, o futebol no campinho, os bailinhos, as brincadeiras de rua, os banhos nos rios, açudes e cachoeiras.
Absolutamente tudo que aconteceu comigo antes de minha partida. De outros acontecimentos já não me lembro mais. Deixei a família e segui por este mundo. Acreditem, não é coisa de aventureiro. Considero o momento mais importante na vida de qualquer cidadão que pensa o futuro e preza o amor filial.
Depois, com grande dose de força de vontade se conquista valores imprescindíveis na formação da personalidade, honrando o que recebemos dos pais como legados: honestidade, fé e respeito.
Passe o tempo que passar, o filho ausente é sempre orgulhoso da origem, mesmo que nunca mais volte a rever aquela gente simples e decente, além dos parentes que lá permaneceram enfrentando a vida. Por tudo isso, torna-se referencial aos que confiou no viajor, motivo de orgulho ou decepção de tanta gente querida.
Alguns pensamentos têm o poder de me entristecer, principalmente quando me pego fazer o balanço da vida, então me pergunto: - Por que não permaneci lá junto aos outros? Ou ainda, se não tivesse partido como seria minha vida casado com aquela menina linda, olhos de jabuticaba, a que eu amava de paixão?
As respostas são complexas, mas há uma variante bem definida. A partida foi à procura de uma vida digna e melhor, sem maiores relutâncias para o desenvolvimento pessoal. Evidentemente houve enfrentamentos à ingratidão, ao preconceito, contudo, o filho ausente nunca se deixa abater. Incansavelmente vai à luta para alcançar seus objetivos planejados lá na origem, quando ainda perambula pela rua da cidade onde nasceu imaginando uma vida promissora.
Ao retornar depois de muitos anos, por certo os cabelos já estão brancos e a memória não é a mesma de outros tempos. Não encontrará alguns amigos, provavelmente viajaram fora do combinado. Com uma dose maior de esforços recordará cada palmo de terra, avaliará o desenvolvimento da cidade como um todo; finalmente, agradecerá ao Pai Eterno ao contemplar novamente aquele mesmo luar de outros tempos e poder dizer:
- Voltei para buscar a luz do olhar que deixei neste luar, quando um dia eu disse, Adeus!

Nasan Xantox

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