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Nasan Xantox: "Bois unidos jamais serão vencidos"

Nelson Affonso - 29 de maio de 2008 - 11:28

No nosso glorioso Gigante Adormecido há duas expressivas figuras em destaques: boi Garantido e Caprichoso. Embora conhecidos dos carnavais de Paratins, vamos dar uma explicação sobre cada um deles: “Garantido” é branco com um coração vermelho na testa, ficou conhecido como “Boi do Povão”. “Caprichoso” é cor azul com uma estrela de cinco pontas na testa, conhecido como “Boi da Elite”.
Como podemos observar o “Boi do Povão” e “Boi da Elite” fizeram permuta entre si, nas aparências e nos modos de agir. A estrela de cinco pontas foi substituída pelo coração carmim, enquanto um boi marqueteiro estudou e os pêlos mudaram de azul para o branco, tudo com o objetivo de sucesso absoluto. Podemos notar que a troca da estrela pelo coração modificou a sua forma de agir, trouxe menos agressividade com o especial jeito light, embora sem brilho pela falta de competência. Infelizmente a troca do símbolo não deu bom resultado sem o brilho da estrela, pois mantêm escuros os subúrbios do pasto, propiciando noites de boemias de alguns bois amigos de dúbias raças e origens, tendenciosos e cheios de maus hábitos, insistentes em se manter agrupados para sentirem fortalecidos com o slogan: “bois unidos jamais serão vencidos”.
Das propostas em altos berros do “Boi Garantido”, realmente pouco se realizam. Restam aos “Bois Baguás” preocupações ao cuidar do pasto, reconhecendo que este boi chefe e seus pares vivem a sujar o ambiente com estrumes, forçando aos demais sobreviver sentindo o odor fétido no ar que respira. No pasto farto ele segue lambendo o Sal ofertado, de “Marcas” ordinárias e insignificantes. Ele sempre está a berrar com empolgação na presença da boiada, enquanto se refestela das benesses granjeadas por admiradores ou interesseiros de sua própria espécie, em troca do espaço e capim verde ofertado àqueles que lhes interessa ao seu lado. Enquanto consome o capim verde com o tempero de sua própria baba, tem a preocupação em manter do passado a respeitável figura de “Boi-de-Carro”. Na cobrança se exime das responsabilidades inerentes aos costumes de lideranças bovinas, ruminando a todo instante o princípio que norteiam aqueles que rompem cercas, os conhecidos “Bois Sonsos”: - Muu! (Eu não sei de nada!). Mesmo assim é levado a outros locais para o culto ao “Bezerro de Ouro”, feri sempre seus concorrentes com instintos grosseiros e trapalhões, muito à moda de “Bois Matreiros” de representações duvidosas, dos pastos de outras Estâncias.
O “Boi da Elite” acomodado no curral a sudeste do pasto é um velho conhecido, portanto, já vacinado. Vive sem o brilho do azul que ostenta, contrariando a cor original branca e o coração vermelho na testa. Quando menos se espera levanta seus cornos e imite seus berros sobre a cerca do curral, atraindo para si outros da mesma espécie, que compreendem sua linhagem original de raça européia:- Muu (estou aqui!). Muu (isto não pode ser!). Muu (como pode ser uma coisa desta?). Muu (eu não entendo!). É lamentável seu jeito invejoso, triste é o símbolo da estrela azul que ostenta na própria testa, depois de tantas oportunidades para dar-lhe brilho, a que não fez. Pobres bois! Cada qual no seu curral. Acreditem, são simplesmente bois. Pobre Gigante Adormecido que os consideram tão importantes. Seriam mais eficazes se ambos fizessem um bom acordo: se um berra o outro finge não ouvir; e voltassem para as verdadeiras cores que os originaram na autenticidade. Ao invés de dois “bois caolhos” que vivem como Rei, a voar sobre as cercas de outras terras, teríamos em seu lugar “Touros” com os olhos bem sãos e atentos neste vasto pasto cobiçado por raças estrangeiras. Os cascos hão de estar firmes no solo que abitam, manterão suas lideranças sem permitir a ingerência externa de controle permanente. Estes “Touros” sim, quando levantarem seus cornos no meio da manada, ou sobre a cerca do curral, seus berros serão ouvidos com atenção. Serão reverenciados e respeitados pelo comportamento exemplar de machos, que honram o pasto a que nasceu; e saberão certamente o que deve fazer em tempo de vacas gordas ou magras.
NASAN XANTOX

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