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Na equipe de cantores de sucesso, campo-grandenses viajam de carona com a fama

Campo Grande News - 02 de setembro de 2014 - 15:11

Há 4 anos, Douglas de Oliveira, 29, trabalhava em uma empresa de sonorização em Campo Grande. Viajava pouco, mais para o interior de Mato Grosso do Sul, e ainda assim, a serviço. Hoje, ele tem orgulho de dizer conhece praticamente o Brasil todo.

Desde 2010 o rapaz integra a equipe da dupla Maria Cecília e Rodolfo e, com eles, viaja para todo canto, conhecendo lugares que nunca imaginou e vivendo experiências que nunca esperou viver. Em outubro, por exemplo, Douglas vai fazer a primeira viagem internacional, para os Estados Unidos. “Vou acompanhar a turnê deles”, adianta.

O grande público, fãs da dupla, não o conhecem, mas, nos bastidores, o profissional é peça-chave na equipe. Na função de produtor técnico, ele coordena 28 funcionários, entre técnicos de som, iluminação, de cenário, auxiliares, entre outros.

Esquematiza os detalhes de cada show, comunica as necessidades emergenciais, providencia equipamentos e deixa tudo do jeito certo para que, na hora, não aconteça surpresas indesejáveis. O retorno é certo e vem em forma de reconhecimento, convites para outros trabalhos e, claro, do salário, que permite uma vida mais confortável. “Você também fica conhecido”, comenta.

Ter Maria Cecília e Rodolfo como patrões é, ele diz, um privilégio de poucos. “A gente mantém uma relação de amizade. Eles tratam a gente como amigos. Eu já achava eles gente fina antes, quando trabalhava com sonorização. Depois que conheci pessoalmente só confirmei”.

A parte positiva de tudo isso é, de fato, a proximidade e o contato direto com os artistas, o salário, as viagens e tudo aquilo que a fama, mesmo que do outro, proporciona.

O ruim é a saudade de casa. “Para a pessoa ficar nessa vida, tem que gostar, porque quem entra por causa de dinheiro, ou de qualquer outra coisa, não aguenta. É estrada todo dia. Você dorme no ônibus”. Douglas já chegou a ficar 20 dias longe da esposa e do filho, de 7 anos.

Quando está na cidade ele fica, geralmente, de quinta a quarta-feira à noite. O resto da semana é viajando. “Vai na base da confiança”, comenta, se referindo à relação com a mulher. Mas tudo isso compensa, completa. “Comprei carro, moto, mobiliei toda a minha casa com tudo de bom e muitas outras coisas...”, completa.

Produtor técnico da dupla Jads e Jadson, Marlon Santos, de 26 anos, tem relato semelhante e também não reclama da situação porque sabe que vida mudou para melhor. Ele trabalhava junto com Douglas, na empresa de sonorização, e foi o primeiro a sair, quando recebeu convite para integrar a equipe dos sertanejos. De lá para cá já se foram 4 anos e muitas experiências.

“Você conhece muita gente, é visto por outros, recebe propostas de trabalho. Eu mesmo já recebi convite de empresa de São Paulo...”, conta.

O produtor também viaja bastante. Já passou por estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia e vários outros. “O show não pode parar”, diz, adotando o discurso comum dos artistas.

“Eu gosto”, declara. Quem não gostou, especialmente da ausência, foi a ex-esposa. “Fui casado, mas a parceira não aguentou e acabou que não deu certo”. Produtor geral da dupla Munhoz e Mariano, Alberto Abdala, 37, não teve esse problema. “Quando conheci minha mulher já estava nesse meio”. Mas isso não elimina a saudade.

O campo-grandenses chega a ficar 15 dias fora. “Mas o maior tempo foi 40 dias”, relembra. Alberto era da equipe de Maria Cecília e Rodolfo, mas está com os “meninos” há 3 anos e 7 meses. “Já acompanhei vários artistas. Minha trajetória sempre foi assim. E tenho a sorte de pegar eles pequenos e fazê-los grandiosos”, orgulha-se.

No auge da fama, Munhoz e Mariano fazem questão de dizer que a equipe é “100% campo-grandenses”. “A única pessoa que não é de Campo Grande é o motorista”, ressalta Munhoz. O resto é tudo daqui, “dos funcionários da banda, da parte técnica à estrada”, completa Mariano.

“Na verdade toda a nossa estrutura continua aqui. É daqui que sai o ônibus. Fica até mais viável para a gente financeiramente. Para eles também. Ficam mais perto da família. É mais vantagem que ter funcionários de fora”, completa.

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