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Geral

Mulheres-''É preciso trabalhar as diferenças de gênero"

Juliana Andrade/ABr - 15 de julho de 2004 - 10:27

A pobreza é jovem, feminina e tem pouca instrução. Nesse contexto, as mulheres também são maioria na pobreza, 52% contra 48% de homens. O fato é que vem crescendo, a cada ano, o número de mulheres consideradas pessoas de referência na família. Segundo dados do Programa Fome Zero, já são 30% de mulheres nessa condição. A Secretária Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire, fala sobre o assunto:

ABr: Dados da Pesquisa Nacional de Amostra e Domicílios (PNAD) revelam que a maior fatia da população pobre do Brasil - 52% - é formada por mulheres. Além disso, quase 31% das famílias pobres são chefiadas por pessoas do sexo feminino. Eu gostaria que a senhora comentasse esse fenômeno no Brasil e falasse sobre os principais desafios para reverter essa tendência de feminização da pobreza?

Nilcéa Freire: Na história, as mulheres foram acumulando o legado de preconceito e de discriminação da sociedade. Portanto, muitas mulheres não tiveram oportunidades, ou não têm ainda oportunidades de ter posições dignas no mundo de trabalho. Por outro lado, quando se associam algumas variáveis, com ser mulher e ser negra, significa estar na base da pirâmide social. São as que mais sofrem os fenômenos de empobrecimento da população. Esse desafio – que não é só da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, mas é do nosso governo, que é democrático, de participação, de inclusão – supera-se não só nas políticas gerais de inclusão, geração de emprego e renda, crescimento econômico sustentável, mas também se expressa no tratamento das desigualdades de gênero e de raça. Ou seja, nosso governo tem consciência de que para enfrentar esse desafio não basta ter políticas gerais e universais. É preciso que dentro dessas políticas se trabalhe as diferenças de gênero e de raça para que se possa trabalhar a igualdade. Hoje, não podemos imaginar um país que se desenvolva do ponto de vista econômico de maneira sustentável sem incluir o talento, a força e a determinação de 52% da população, que somos nós mulheres.

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