Geral
Mudas para arborização estão fora dos padrões
A arborização urbana e a implantação de florestas urbanas e, ou, jardins são medidas importantes para atenuar os efeitos da poluição, melhorar a qualidade do ar, absorver poeira e aumentar a qualidade de vida da população, de uma forma geral. No entanto, se a qualidade das mudas não for adequada, grande parte do sucesso do projeto de arborização pode ficar comprometida. É o que mostram pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa em um estudo realizado em 12 viveiros de Minas Gerais, sendo seis de instituições públicas e seis de particulares, entre os meses de outubro de 2001 e janeiro de 2002.
De acordo com artigo publicado na edição de julho/agosto de 2004 da revista Cadernos de Saúde Pública, a esterilidade da vida urbana, fixada nas comodidades do concreto, precisa ser atenuada, uma vez que uma paisagem mais bonita torna saudável o ambiente e desperta influências psicológicas positivas, tendo como conseqüência a melhoria da qualidade de vida.
Os pesquisadores constataram a existência de inúmeros problemas nos viveiros analisados. A análise da qualidade das mudas destinadas à arborização urbana no Estado de Minas Gerais indicou que alguns aspectos precisam ser melhorados, principalmente no que diz respeito ao diâmetro, à poda de formação e à altura mínima de 1,80 m, que contribuem com 59,69 % do problema. A altura mínima é um critério importante, pois diminui a quebra das mudas por pedestres mal educados, já que a implantação dificilmente é feita com a participação da comunidade e, como conseqüência, não há uma conscientização da importância das árvores no meio urbano, explicam no artigo.
Segundo a equipe, de maneira geral não há uma preocupação com a qualidade das mudas, fato comprovado pelas altas porcentagens delas encontradas fora do padrão: os tratos culturais que devem ser realizados para a adequada formação da muda para arborização não são feitos, ou porque não se sabe dessas técnicas (o que pode ser o caso dos viveiros particulares), ou porque não são considerados importantes pelos responsáveis pelos viveiros ou, ainda, devido ao maior gasto com mão-de-obra, pois muitos responsáveis reclamam da falta de pessoal.
Dessa forma, os pesquisadores alertam para a necessidade de a produção ter uma conotação mais comercial, pois a muda vai para o meio urbano e lá recebe agregação de valor. Além disso, eles ressaltam que é importante levar em consideração as diversas formas e características das diferentes espécies, para que as medidas adotadas dêem resultados.