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Geral

Mudar de profissão é aspiração de 10% dos professores

Maristela Brunetto / Campo Grande News - 25 de maio de 2004 - 09:01

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ouviu cerca de 5 mil professores das redes pública e particular no Brasil e descobriu que 10,7% pensam em desistir da profissão. Por outro lado, constatou que só 8,9% dos que atuam têm mais de 25 anos de profissão, apontando que a minoria chega tão longe.
A presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Mara Carrara, confirma que há professores que querem desistir da profissão, mas ressaltou que este desejo é maior entre os mais jovens. Ela explicou que nas áreas de Matemática, Física, Química e Educação Artística muitos acabam indo trabalhar em empresas em busca de salários maiores. Hoje, um professor com formação superior recebe R$ 1,2 mil por 40 horas semanais. Com isso, o ensino perde bons quadros, argumenta, e acaba tendo dificuldade em encontrar professores qualificados.
Do total de entrevistados no estudo para compor um perfil dos profissionais do magistério, 27% têm entre 6 e 10 anos de serviço. A contradição de ser determinante na formação de novas gerações e conviver com baixos salários é permanente para a maioria.
Um terço dos entrevistados se declarou pobre. A média de 2 a 10 mínimos é o que ganha a maioria dos 1,69 milhão de professores brasileiros (65,5% têm esta remuneração). Os melhores salários- de 10 a 20 mínimos- chegam a 24% dos professores, incluindo redes particular e privada.
Mesmo os que apontaram dificuldades admitiram satisfação com a profissão. A importância social da Educação é destacada. Para 52,9% dos professores, o ensino de jovens é a melhor solução contra a criminalidade.
Por outro lado, a pesquisa apontou um certo pessimismo dos professores em relação aos jovens. Pelo menos 60% dos professores consideram que estão se enfraquecendo entre os jovens a responsabilidade, o sentido de família, a seriedade, o respeito aos mais velhos e a tolerância. Apenas o item amor à liberdade é considerado fortalecido entre os jovens de hoje (52,5%).

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