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Mudanças nos hábitos de consumo mudam mercado do leite

Famasul Noticías - 23 de novembro de 2004 - 13:23

Os últimos anos impactaram de forma muito significativa o setor de lácteos, devido a mudanças nos hábitos de consumo e exigências dos consumidores, além de aumento de poder de barganha por parte dos supermercados. Esses temas foram abordados durante o Congresso Internacional do Leite, que reuniu mais de 1000 pessoas em Campo Grande, MS, de 4 a 7 de novembro, uma realização da Embrapa Gado de Leite, com o apoio de diversas instituições e empresas.

Para o consultor da McKinsey & Company, Fernando Lunardini, o setor varejista está sendo marcado por uma onda de crescimento e consolidação. "Os vencedores deste jogo não são muitos", afirmou. De 1998 a 2003, gerou-se US$ 379 bilhões em valor nas empresas varejistas listadas em bolsa no mundo inteiro, sendo que as 10 maiores foram responsáveis por nada menos do que 61% desse montante.

No setor de grandes lojas de descontos, o Wal Mart, sozinho, captou 91% do valor gerado. Com faturamento de US$ 244,5 bilhões em 2003, o Wal Mart faturou mais do que as 8 maiores empresas de alimentação do mundo. Comentando sobre o modelo Wal Mart, centrado em elevada eficiência operacional e baixos custos, Lunardini afirmou que há como empresas ganharem dinheiro, desde que joguem o jogo do varejista, atuando fortemente em custos e sendo um fornecedor confiável. "Como essas redes estão no mundo inteiro, bons fornecedores podem ter as portas abertas para o mercado mundial", comentou.

Ruben Núñez, gerente geral da Conaprole, do Uruguai, também apontou o crescimento do varejo como um aspecto que afeta o setor lácteo, que vem respondendo também com um aumento no número de fusões e aquisições. "Nos últimos 5 anos, foi uma fusão ou aquisição a cada 2,5 dias", explicou ele. No entanto, Núñez alertou para a necessidade de se pensar em fusões ou aquisições dentro da estratégia de cada empresa. "É preciso crescer, mas fusões e aquisições são apenas uma forma de fazê-lo. Sempre que cogitamos essa possibilidade, a opção era ficarmos com 49%, ou seja, perder o controle da empresa, o que não nos interessa", questionou.

Das 20 maiores empresas de laticínios do mundo, 16 estão na Europa. As principais empresas de laticínios do mundo estão localizadas nos principais mercados de consumo. Segundo ele, essa mesma lógica fará com que as atenções se voltem para as novas áreas de crescimento do consumo e produção, ou seja, países em desenvolvimento, com leite produzido a baixo custo e com demanda crescente.

Vicente Nogueira Netto, da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios, CBCL, informou que um maior estímulo às fusões de cooperativas brasileiras está no projeto de reestruturação do cooperativismo nacional. "As cooperativas têm conversado mais, se isolado menos. É provável que, em breve, tenhamos novidades", sentenciou.

No que se refere aos hábitos de consumo, conceitos como alimentos funcionais, prebióticos e probióticos e alimentos nutracêuticos começam a aparecer na linguagem dos produtos lácteos com grande força e presença. "Creio que isso faz da indústria de lácteos uma das mais dinâmicas e inovadoras do setor de alimentos e que, portanto, centralizará muitos investimentos nos próximos 10 anos", prevê Núñez. Produtos com baixo teor de gordura e baseados em conveniência devem crescer. No segmento de queijos, por exemplo, queijos magros se destacarão, bem como queijos pré-processados para a indústria de alimentação (foodservice) e produtos para crianças.

Marcelo P. Carvalho, coordenador do MilkPoint, alertou para os substitutos do leite, sendo os sucos e as bebidas à base de soja as principais ameaças. "Enquanto o setor perdeu tempo discutido, por exemplo, as diferenças entre os tipos de leite, não percebeu que uma outra agenda - muito mais importante - estava sendo deixada de lado", afirma. Trata-se de produtos cujo crescimento poderá afetar negativamente o pedaço que cabe ao leite no bolso do consumidor. Por isso, segundo ele, o setor deve também analisar as tendências de consumo e posicionar os lácteos de acordo com os cenários mais prováveis.

Outra mudança importante refere-se ao perfil da população brasileira. Até o ano 2050, o Brasil deve ter menos crianças de 0 a 14 anos do que têm hoje, porém terá um número muito superior de adultos e idosos. "Queijos e iogurtes serão os produtos que manterão o crescimento futuro do consumo de lácteos em países como o Brasil", prevê ele.

O setor de lácteos, de fato, é bem mais do que leite líquido. Segundo Núñez, algumas das maiores empresas de lácteos do mundo têm no leite líquido uma parcela muito pequena ou inexistente do faturamento. A Danone, por exemplo, tem apenas 1% das vendas advindas de leite líquido, enquanto a Nestlé tem 7% (ambas na Europa). Já a Philip Morris (Kraft) tem posições significativas no comércio de queijo fresco, fundido e natural, mas não de leite líquido, o mesmo ocorrendo com a gigante Unilever, cujas posições se concentram em sorvete, queijos e iogurtes.



Autor:
MilkPoint


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