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Mudanças climáticas podem disseminar doenças transmitidas por mosquitos

Correio do Estado - 15 de abril de 2019 - 08:40

Uma pesquisa apresentada no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID), neste sábado, em Amsterdã, mostra que a distribuição geográfica de doenças transmitidas por vetores, como chicungunha, dengue e leishmaniose, está se expandindo rapidamente.

Estimulados pela mudança climática, viagens e comércio internacionais, surtos de doenças transmitidas por vetores devem aumentar em grande parte da Europa nas próximas décadas — e não apenas nos países de clima temperado na reguão do Mediterrâneo.

Mesmo áreas anteriormente não afetadas em latitudes e altitudes mais elevadas, incluindo algumas partes do norte da Europa, poderiam ver um aumento de surtos a menos que sejam tomadas medidas para melhorar a vigilância, o compartilhamento de dados, e o monitoramento de fatos ambientais e climáticos, juntamente com outras medidas preventivas.

— A mudança climática não é o único ou o principal fator que impulsiona o aumento de doenças transmitidas por vetores na Europa, mas é um dos muitos fatores, juntamente com a globalização, o desenvolvimento socioeconômico, a urbanização e as mudanças generalizadas no uso da terra. São questões que precisam ser pensadas para limitar a importação e propagação dessas doenças — diz o professor Jan Semenza, do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, Estocolmo, Suécia.

Segundo Giovanni Rezza, diretor do Departamento de Doenças Infecciosas do Istituto Superiore di Sanitá, em Roma, estações quentes mais longas "ampliarão a janela sazonal para a disseminação potencial de doenças transmitidas por vetores e favorecerão surtos maiores".

— Devemos estar preparados para lidar com essas infecções tropicais. Lições dos recentes surtos do vírus na América do Norte e chicungunha no Caribe e na Itália destacam a importância de avaliar futuros riscos de doenças transmitidas por vetores e se preparar para futuros surtos — afirma Rezza.

No entanto, os autores da pesquisa alertam que, dada a complicada interação entre múltiplos fatores (por exemplo, o aquecimento das temperaturas e as viagens internacionais), projetar a expansão dessas doenças é difícil.

O aquecimento global, diz o estudo, permitiu que mosquitos, carrapatos e outros insetos portadores de doenças se proliferassem, adaptando-se a diferentes estações e ingressando em novos territórios na Europa na última década — com surtos de dengue na França e na Croácia, malária na Gréciae chicungunha na Itália e na França.

Os pesquisadores dizem que o quadro é apenas a ponta do iceberg. O clima mais quente e úmido poderia fornecer condições ideais para que o mosquito Aedes, que dissemina os vírus causadores da dengue e da chicungunha, se reproduza e se expanda em grandes partes da Europa, incluindo o sul e leste do Reino Unido e da Europa central.

Anteriormente, a transmissão da dengue estava restrita a regiões tropicais e subtropicais porque a temperatura gelada de outras áreas matava as larvas e os ovos do mosquito, mas as estações cada vez mais quentes permitirá que sobrevivam e se espalhem pela Europa em décadas.

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