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Mudança de cemitério força uma eleição em Bocaiúva

Correio Braziliense - 02 de novembro de 2009 - 10:35

Os moradores de Bocaiúva, terra de nomes conhecidos nacionalmente como o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o ex-vice-presidente da República José Maria Alkimin, vão às urnas neste mês. Mas não é para a escolha de algum ocupante de cargo eletivo. A população do município de 44,3 mil habitantes participará de um plebiscito para definir uma polêmica: transfere ou não um cemitério do centro da cidade.

Inaugurado na década de 1930, o Cemitério do Bonfim foi desativado há mais de 20 anos, quando os sepultamentos passaram a ser feitos em outro local (Parque Santa Lucia). Mas os túmulos antigos continuaram no endereço velho. Este ano, a prefeitura sinalizou com a proposta de acabar de vez com o Cemitério do Bonfim e fazer a transferência de todos os restos mortais para o Santa Lúcia. Houve reação por parte de alguns moradores. Alegaram que o fim do cemitério seria um desrespeito ao entes ali enterrados. Por isso, o prefeito da cidade, José Ricardo Veloso (PSDB), optou pelo plebiscito, marcado para 22, 23 e 24 de novembro.

De acordo com as regras, para ter validade a consulta deverá contar com a participação mínima de 5% do eleitorado de Bocaiúva (que tem cerca de 26 mil eleitores) e serão postas urnas em diversas partes da cidade. "De fato, trata-se de uma questão polêmica, pois mexe com os entes queridos das população. Optamos pelo plebiscito porque entendemos que é uma coisa altamente democrática", explica o prefeito Ricardo Veloso. Ele reafirmou que sua vontade é transferir o cemitério, para que o espaço no centro da cidade seja aproveitado para a construção de uma praça ou outro espaço público. Mesmo assim, não vai fazer campanha pelo "sim".

Cisão

Há uma divisão entre os moradores. Um dos contrários à transferência é o escritor e psicólogo Roberto Andrade. "Acabar com o cemitério é um desrespeito às famílias, às pessoas enterradas nele e à história da cidade", afirma Roberto, que disse ter a mãe, uma irmã e dois sobrinhos sepultados no local. A vendedora Maria Magnólia Rosa dos Reis mora em frente ao cemitério, mas não quer saber mais do vizinho. "Infelizmente, além de desativado, está abandonado", sustenta Magnólia. "Virou ponto de vândalos e de outras pessoas, que, à noite, usam o local para o consumo de drogas, de bebidas alcoólicas e para praticar sexo", reclama a moradora.

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