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MT: Índios ocupam hidrelétrica e prometem "destruição total”; há reféns

Edilson Almeida, 24 horas news e Top News - 09 de junho de 2011 - 07:58

Índios controlam entrada e saída de hidrelétrica em MTTop News, 24 horasnews
Índios controlam entrada e saída de hidrelétrica em MTTop News, 24 horasnews

Mais de 70 índios Arara e Cinta-Larga do Rio Branco invadiram nesta quarta-feira, dia 8, as instalações da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã, no extremo Noroeste de Mato Grosso. Eles cobram o cumprimento de reivindicações feitas há quase um ano e nunca atendidas pela Energéticas Águas da Pedra, empresa responsável pela construção da barragem. Os índios tratam os pedidos como direitos de compensação ambiental pelos impactos da obra.

Líderes disseram que a ocupação do canteiro de obras pelas próximas 12 horas será pacifica. Caso seus pedidos novamente não forem atendidos, eles prometeram destruir todas as dependências da usina, segundo o líder Amazonildo Arara. Os índios alegam que não são atendidos nem mesmo por telefone pelos responsáveis pelo empreendimento e se queixam do descaso. O empreendimento está avaliado em R$ 800 milhões.

Alguns funcionários estão dentro da usina sem poder sair. Caminhões e máquinas que estão dentro da obra também ficaram sob o poder dos índios, que exigem a presença dos diretores da Energéticas Águas da Pedra, que no ano passado durante a primeira invasão negociaram com as etnias.

Cerca de 200 índios de outros municípios estão na espera aguardando o chamado, caso não se resolva o impasse eles reforçarão a invasão.

A empresa Energética Águas da Pedra S/A – EAPSA, responsável pela construção da usina até o momento não se manifestou. A Polícia já se deslocou para o local para averiguar a situação.

Esta semana, a Neoenergia anunciou que pretende ir à Justiça para compensar o prejuízo que teve com o atraso na operação de Dardanelos (MT), de 260 MW. Inaugurada em meados de 2010, a hidrelétrica até hoje não pode fornecer energia para o SIN porque a LT Juba – Brasnorte (MT), de 207 km, em 230 kV, que conecta a usina ao sistema, ainda não foi concluída.

A Hidrelétrica de Dardanelos é também conhecida como “Usina da Morte” por ter destruído uma das mais belas cachoeiras existentes em Mato Grosso – o Salto Dardanelos. A usina começou a ser construída em 2007 e se arrastou por anos até a conclusão. Em 2010, o empreendimento foi ocupado pelos índios de 11 etnias que habitam a região e fizeram mais e 100 reféns. Eles exigiram um \\\"programa de sustentabilidade para a comunidade indígena\\\" e R$ 10 milhões, a título de \\\"reparação financeira\\\" pelo empreendimento.

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