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MT: Estado assume concurso; provas serão em janeiro

Rubens de Souza, 24 horas news - 25 de novembro de 2009 - 07:19

Transformar o grande “mico” do concurso público de domingo em um evento de causar impacto, inclusive em nível nacional, como forma de reverter o desgaste sofrido pelo Governo. A exigência foi feita nesta terça-feira pelo governador Blairo Maggi, em reunião com seus principais assessores e também com o secretário de Administração, Geraldo de Vitto. As provas serão realizadas na primeira quinzena de janeiro para que haja tempo de nomear os aprovados até o mês de abril, fugindo das “amarras” eleitorais. Para que essa meta seja atingida, o Governo vai assumir tudo que diz respeito a organização do concurso, ou seja, toda a parte logística, causa das falhas registradas e que acabou por “melar” a realização das provas.


A Universidade de Mato Grosso (Unemat) ficará responsável pela confecção, segurança, aplicação e correção das provas. E só! Isso se as investigações do Ministério Público Estadual, através do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) não trouxer em tempo hábil mais que simples suspeitas de fraudes e vazamento de informações, que estão sendo alvo de investigações. O anúncio das deliberações devem ocorrer ainda nesta quarta-feira - até para dar satisfação aos mais de 274 mil inscritos.

Nesta terça-feira, o procurador Paulo Prado, chefe do Gaeco, pediu oficialmente o afastamento da Unemat do certame. Ele explicou que na véspera da realização das provas, dia 21, sábado, O Gaeco recebeu várias denuncias e, de posse de ordem judicial, realizou busca e apreensão de computadores e notebooks em residências de pessoas, direta e indiretamente, envolvidas na organização e coordenação do concurso público na cidade de Cáceres - onde fica a sede da Unemat.

A irritação do governador com o que ocorreu domingo é visível. Ele praticamente deixou os holofotes, se recolhendo em seu gabinete em intermináveis reuniões. O impacto negativo dos acontecimentos foram fortes. “Ele está com cara de poucos amigos. Nem é bom ficar por perto” – disse um assessor com trânsito no gabinete.

A par da decisão, na qual o Governo fica responsável por toda a organização, a começar pela rigorosa inspeção nas salas onde as provas serão aplicadas, controle absoluto de entrada e saída dos concursandos, guarda e segurança das provas, entre outras, Maggi insiste que quer saber todos os detalhes relativos ao que aconteceu na fatídica manhã de 22 de novembro, quando vários pontos de Cuiabá se transformou em retrato do caos, com trânsito deficiente, transporte de passageiro ruim, gente caminhando de um lado para o outro sem saber onde fazer a prova, enfim. “Se tiver que sobrar para alguém, vai sobrar” – prometeu Maggi a um interlocutor.

Ao contrário do que se fez, ou melhor, se tentou fazer no domingo, as provas a serem aplicadas no começo de janeiro, dentro da primeira quinzena, serão divididas em duas etapas. Essa medida vai permitir que os candidatos tenham mais tempo para a realização das provas, melhorando incluisive o nível de aproveitamento.

Em seu arrazoado de observações ao governador Maggi, o procurador Prado sentenciou que a Unemat demonstrou “de forma cristalina” que não possuía “e não possui estrutura material e pessoal para a elaboração, coordenação e execução do concurso”. desorganização vivenciada pelos candidatos oriundos de cidades mata-grossenses e de outros Estados da Federação, gerou enorme insegurança, desconforto e desconfiança quanto à credibilidade e seriedade do concurso. Dentre tantas circunstâncias vexatórias, destacam-se a troca de provas, falta de fiscais, atraso diferenciado na distribuição e entrega dos cadernos de prova, rompimento do lacre, desinformação quanto aos locais das provas e falta de policiamento adequado, entre outros.

Para ele, a insistência na permanência da Unemat à frente dos trabalhos “fere de morte a confiabilidade e segurança que toda sociedade mato-grossense e brasileira espera. Os fatos foram gravíssimos, inaceitáveis, sem contar, em tese, a improbidade administrativa transcorrida e o desperdício do dinheiro público ocasionado”.


Colaboraram Valdemir Roberto e Edilson Almeida


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