Produtores de Mato Grosso do Sul devem pagar algo em torno de R$ 3,3 milhões por uso indevido de tecnologia à Monsanto, detentora da patente de soja transgênica. Isso considerando o valor estipulado no mês passado, de 1% sobre a comercialização, e uma área estimada com transgênicos de 400 mil hectares, quase o dobro do declarado oficialmente pelos produtores. Esta estimativa é do presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Roos.
Ontem a cotação da saca da commodity fechou a R$ 28,00 e a produtividade média do Estado nesta safra é de 30 sacas por hectare. Fechando essa conta os negócios seriam de cerca de R$ 336 milhões sobre os quais incidirão os 1% de cobrança da Monsanto. O valor corresponde a R$ 0,28 por saca, bem abaixo do estipulado no ano passado, de R$ 0,60, mas que ainda não havia incidido sobre a produção de Mato Grosso do Sul. Desta vez os agricultores argumentaram dificuldades impostas pela quebra da safra.
A multinacional explica que o termo cobrança indevida é utilizado porque as sementes plantadas são piratas, ou seja, não há como se falar em royaltie. A cobrança contraria as perspectivas do setor produtivo. Carmélio afirma que se esperava que Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais ficassem de fora nesta safra.
As negociações com representates do setor agrícola, após meses de negociações, também fecharam em 2% sobre a comercialização, a cobrança para a safra 2005/06. O recolhimento da taxa ocorre no momento de comercialização, através de parcerias com as trades, por isso engloba toda a safra (declarada ou não à Superintendência Federal de Agricultura).