Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 19 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

MS recebe somente 7% do preconizado para sanidade

Inara Silva e Fernanda Mathias / Campo Grande News - 06 de outubro de 2004 - 13:57

A remessa total de recurso do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) ao Mato Grosso do Sul para sanidade este ano corresponde a somente 7% do preconizado, de US$ 0,30 por cabeça, segundo o próprio ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, informou em reunião realizada no fim de junho em Cuiabá (MT). Somando os R$ 950 mil do bolo de R$ 44 milhões, que estão sendo liberados, aos R$ 420 mil para a Operação Boiadeiro, na fronteira com o Paraguai, mais R$ 300 mil para aquisição de doses anti-aftosa, o Mato Grosso do Sul, maior produtor de carne do País, teve este ano R$ 1.670.000, uma média de R$ 0,066, quando o preconizado equivale a R$ 0,84.
Essa defasagem é questionada pelo deputado federal, Waldemir Moka (PMDB), que integra a Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara. Dados divulgados pelo parlamentar mostram que o Ministério da Agricultura vai repassar ao Estado apenas R$ 0,07 por cabeça, enquanto o valor per capita ao rebanho do Distrito Federal será de R$ 5,61. Goiás, cujo rebanho vai receber R$ 0,03 por cabeça, também está questionando os critérios do governo para distribuir os recursos para sanidade animal.
A denúncia foi feita pelo deputado na manhã de hoje, no plenário da Comissão de Agricultura. Moka prometeu buscar uma solução rápida para o problema junto ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. "Mato Grosso do Sul está situado numa área de grande risco e, por esse motivo, tem que estar alerta para não ser pego de surpresa", declarou.
O presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), José Antônio Felício, disse que encaminhou projeto ao Ministério da Agricultura solicitando R$ 5 milhões, valor que ele considera que seja o ideal. No entanto, não foi atendido. Ele concorda com o deputado federal, Waldemir Moka, que contesta a distribuição de recursos entre os estados brasileiros. Ele acredita que deveria ser proporcional, mas não se sente à vontade de pleitear revisão de recursos às autoridades: “não precisaria falar isso porque todo mundo conhece a região e deveria ser natural”, afirmou ele acrescentando que teria que ensinar geografia para as autoridades perceberem que o Mato Grosso do Sul tem fronteira vulnerável e o maior rebanho de corte do país.
O delegado federal da Agricultura em Mato Grosso do Sul, José Antônio Roldão, afirmou que as ações previstas para este ano serão realizadas adequadamente com os recursos que já vieram. Para Roldão, os recursos são inferiores ao previsto, que era de R$ 2 milhões, mas é a quantidade necessária para trabalhar até dezembro no Estado. Roldão explicou que historicamente o Mato Grosso do Sul sempre recebeu maior volume de recursos, pois tem prioridades em qualquer critério que se adote seja por volume de rebanho, volume de abate, exportação ou vulnerabilidade de fronteira. O delegado disse que concorda que o Estado deveria receber mais, no entanto, afirmou que deve ser levado em conta os recursos que atendem o Mato Grosso do Sul nas ações emergenciais.

SIGA-NOS NO Google News