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MS: Rebanhos começam a ficar ilhados

Agrolink - 26 de janeiro de 2007 - 09:45

Há pelo menos quatro gerações, produtores rurais do Pantanal repetem o ensinamento de José de Barros, pecuarista bastante conhecido na região, que na década de 30 já versava sobre a cheia do Rio Paraguai: "Se chover, enche". A explicação simples está baseada em anos de experiência vivenciando o ciclo das águas e revela a cautela em anunciar uma cheia acima do nível normal. "Não adianta prever com antecedência. Vamos saber qual o tamanho da cheia daqui uns 60 dias", afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento Agropecuário, Marco Antônio Freire de Barros.

Algumas regiões do Pantanal apresentam alagamentos. A maior preocupação está em evitar o enfraquecimento do gado durante este período. Ocupando locais mais altos da propriedade, as reses têm menos espaço para pastar e isso pode fazer com que fiquem mais magras e fracas, afetando também a reprodução e a amamentação de bezerros. Na região da Nhecolândia, muitos rebanhos estão ilhados após constantes chuvas que ocorrem desde novembro.

A alternância entre cheia e seca é uma realidade para os pantaneiros, que estão acostumados e preparados para enfrentar enchentes. "Como o Pantanal é muito grande, há regiões que enchem em épocas diferentes. Não dá para falar de maneira geral, pois são características distintas", afirmou o produtor rural Ricardo Lins de Barros, 57.

Oscar Augusto da Costa Marques, 56, confirmou: "Hoje, sou eu que estou preocupado com meu gado da região do Rio Piquiri. Já acomodei o rebanho na parte mais alta. Em outras regiões, isso vai acontecer mais tarde".

Experiência

Para os pecuaristas, há diversos fatores que devem ser levados em conta e, nestas horas, vale mesmo é o conhecimento empírico e fórmulas desenvolvidas pelos próprios produtores. "Temos um colega que avalia o nível do Rio Cáceres, mas após a cidade. Há outro, um piloto, que consegue prever em quantos dias a água chegará a Corumbá. E eles não erram. Confiamos mais nestas pessoas experientes do que em fórmulas científicas".

"O que acontece é que desde o ano passado, quando houve uma enchente tardia, o rio não secou. Então, qualquer volume de chuva já se reflete no aumento das águas", acrescentou Marco Antônio.

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