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MS, PR e SC unem forças para viabilizar ferrovia
Governos estaduais, empresários e frente parlamentar deciriam somar forças para assegurar recursos federais e de instituições de desenvolvimento, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao projeto de expansão da Ferroeste. Mato Grosso do Sul aposta no projeto, pois vai reativar o antigo ramal de Ponta Porã, a partir de Maracaju, até Dourados e Mundo Novo. Nos 400 quilômetros de ramal interligado ao tronco ferroviário do Paraná, o Estado poderá escoar 5 bilhões de litros de álcool, 6 milhões de toneladas de grãos e 200 mil toneladas de calcário. O projeto está orçado em mais de R$ 3 bilhões a preços de hoje.
Na sexta-feira o governador André Puccinelli (PMDB) recebeu membros da Frente Parlamentar para a ampliação da Ferroeste, na Governadoria, para avançar nos entendimentos para a viabilização dos novos ramais que interligarão Maracaju ao Porto de Paranaguá (PR). Mato Grosso do Sul formalizou apoio à integração dos Estados através da Frente Parlamentar, formada pelos deputados estaduais Pedro Uczai (PT-SC) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e pelos deputados federais Celso Maldaner (PMDB-SC) e Dagoberto Nogueira (PDT-MS).
Constituída para agilizar os estudos de viabilidade técnica e econômica para a ampliação da Ferroeste, que poderá entrar em operação parcial já em 2010 nos três Estados, a Frente Parlamentar também busca alternativas de financiamento para a ferrovia, orçada em mais de R$ 3 bilhões.
A união política e a atuação da Frente asseguram agilidade na conclusão do projeto da Ferroeste. Unidos, os Estados construirão uma ferrovia viável e lucrativa, integrando uma região estratégica para o País, afirmou o governador André Puccinelli.
No encontro também foram analisados dados técnicos, traçados já definidos e o andamento dos projetos de construção para cada fase da ferrovia, que ligará a região sul do Estado ao porto paranaense, com ramais em Foz do Iguaçu (PR) e Chapecó (SC). De acordo com o governador, a localização estratégica da ferrovia garante para Mato Grosso do Sul novas alternativas de escoamento para uma produção que já bate as 10 milhões de toneladas/ano.
A vocação da ferrovia é ser mais que uma alternativa viável de transporte que garante o desenvolvimento da região brasileira com os melhores índices de produção do País. Ela atuará como um canal de integração econômica e social entre os Estados, disse o diretor da Ferroeste, Samuel Gomes.
COMPETITIVIDADE
Inserida na lista de projetos prioritários de Mato Grosso do Sul para a área de infra-estrutura, a Ferroeste possui dois fatores principais para ser considerada com indutora do plano de desenvolvimento do Estado: a localização, que garante o escoamento da produção da Região Sul, maior produtora do Estado, ao Porto de Paranaguá (PR) e a diminuição dos custos de frete, possibilitada pela maior capacidade de carga e agilidade do transporte ferroviário.
A estimativa é de que ao longo dos 440 quilômetros dentro de Mato Grosso do Sul (ligando Maracaju a Mundo Novo), a ferrovia possa transportar mais de 5 bilhões de litros/ano de álcool, 6 milhões de toneladas de grãos e mais de 200 mil toneladas de calcário, além de produtos que hoje são transportados somente por via rodoviária.
A Ferroeste
Criada em 15 de março de 1988, a Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A é uma empresa de economia mista, vinculada à Secretaria dos Transportes por ser o Estado do Paraná o seu maior acionista. A empresa detém a concessão para construir e operar uma ferrovia entre Guarapuava (PR) e Dourados (MS), e servindo o Oeste e Extremo Oeste paranaense, Mato Grosso do Sul, Paraguai e norte da Argentina.
Concebida principalmente para transporte de grãos e insumos para plantio, a Ferroeste, denominada no passado de "Ferrovia da Soja" e "Ferrovia da Produção", teve sua construção iniciada em 15 de março de 1991, com a implantação do trecho Guarapuava Cascavel (numa primeira etapa); e, em etapas posteriores, Cascavel - Guaíra e Cascavel - Foz do Iguaçu.