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MS: Pesquisa avalia medidas de prevenção à raiva humana

Agência Notisa - 03 de fevereiro de 2006 - 12:31

Resultados mostram que indicação e registro dos tratamentos precisam ser melhorados. Segundo estudo, a mordida é o tipo mais freqüente de agressão e os cães são os principais responsáveis.



Em 1995, 794.356 pessoas foram expostas ao risco da raiva devido a agressões de animais na América Latina; em 1999, esse número cresceu para 933.260. Destas, 292.233 receberam algum tipo de tratamento pós-exposição em 1995, e 310.734 em 1999. A participação dos brasileiros no número de pessoas expostas ao risco nesse período foi de 44,5% e no número das que receberam tratamento foi de 72,0%. Somente no município de Campo Grande (MS), a taxa média de agressões por animais nos últimos dez anos foi de 6,5 para cada mil habitantes, segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses da cidade. Preocupados com tais números, pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e da Secretaria municipal de Saúde de Campo Grande resolveram avaliar a condução das medidas preventivas (profilaxia) relacionadas à raiva humana em Campo Grande, em 2002, em pacientes vítimas de agressão por animal.



Para as análises do estudo, foram utilizadas as informações de 4.168 atendimentos, registrados no Serviço de Controle de Raiva e Outras Zoonoses. De acordo com artigo publicado na edição de novembro/dezembro de 2005 dos Cadernos de Saúde Pública, o tipo mais freqüente de agressão animal foi a mordida, que ocorreu em 81,5% casos. A maioria aconteceu nos membros inferiores e nas mãos, e foi caracterizada por uma lesão superficial. Os cães foram os principais responsáveis pela agressão, seguidos dos gatos. Entre os casos registrados, 52,2% receberam doses de vacina anti-rábica. Eles verificaram também que, dos casos em que o resultado da observação animal foi negativo, somente 7,4% foram tratados adequadamente: “os dados revelam que cerca de 730 pessoas não tiveram um tratamento que fosse adequado para evitar o risco de contrair raiva, segundo a norma de tratamento vigente. Isso ocorreu em 36,2% dos casos pelo abandono do tratamento e em 49,4% por não ter sido realizada uma busca ativa e ter sido instituído um tratamento”.



Os pesquisadores explicam no artigo que “em caso de agressão animal a conduta recomendada é realizar a limpeza local com água e sabão, abrir uma ficha de atendimento anti-rábico para investigação do caso e observar o animal (cão e gato). Dependendo das características da agressão, deve-se instituir tratamento anti-rábico, o que é desnecessário em casos menos graves”.



Os autores do estudo alertam, ainda, para a necessidade de uma solução para a questão da raiva humana: “ficou evidenciado que o sistema de vigilância apresenta falhas e há a necessidade de corrigi-las para se atingirem níveis ideais de segurança. Esses resultados também servem de alerta para que sejam tomadas providências a fim de melhorar os níveis de adequação das prescrições de tratamento. Para que a vigilância da raiva ocorra de forma eficaz é necessária a integração entre os serviços de atendimento ambulatorial e o serviço de saúde pública veterinária”.



Agência Notisa (jornalismo científico – science journalism)

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