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MS imita MT para reverter desastre ecológico
As ações para recuperar o solo e a água em áreas degradadas da Bacia do Rio São Lourenço, no Mato Grosso, poderão servir de exemplo para salvar outro rio do Centro-Oeste. Nesta semana, cerca de trinta produtores rurais do Mato Grosso do Sul foram conhecer a experiência do estado vizinho, chamada de Projeto Cerrado Sustentável, para aprender a reduzir os danos ambientais causados por suas propriedades à Bacia do Taguari.
De acordo com o assessor de Meio Ambiente da Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul), Josiel Quintino dos Santos, a Bacia do Taquari enfrenta sérios problemas e a ajuda poderá ser importante para diminuir os danos ambientais. O rio tem 787 quilômetros de extensão. É um desastre ecológico muito grande, de proporções inimagináveis, com centenas de fazendas na região do Baixo Pantanal já alagadas por conta do assoreamento do Taquari.
A visita dos proprietários rurais teve o apoio do Programa Pantanal, do Ministério do Meio Ambiente. Segundo o ministério, as agressões ao rio aumentaram nos últimos trinta anos. O coordenador do programa, Paulo Guilherme Cabral, explica que a idéia é ajudar a desenvolver um projeto semelhante ao Cerrado Sustentável no Mato Grosso do Sul. Uma das formas que a gente identificou é conhecer o trabalho feito pelo governo de Mato Grosso para que os proprietários se convençam, inclusive, de que é um trabalho que dá resultados, explica Cabral.
O objetivo do Cerrado Sustentável é identificar as áreas destruídas e, junto com os produtores rurais, buscar formas de recuperá-las. Criado em outubro do ano passado, é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em parceria com a organização não-governamental The Nature Conservancy e a Federação da Agricultura do Mato Grosso (Famato). A expectativa é atingir duas mil propriedades rurais, numa área de 4,5 milhões de hectares.
Num primeiro momento, as ações consistem no cadastramento de propriedades rurais, de acordo com o coordenador do projeto pela TNC, Glauco Freitas. O resultado apontou a existência de mais de 1,2 mil propriedades rurais, segundo a assessoria de imprensa da Famato. As próximas fase do projeto serão o mapeamento dos danos ambientais e, depois, a implementação de ações para recuperar essas áreas.
A gente vai identificar os passivos ambientais e depois promover formas, opções de regularização desses proprietários, explica Freitas. Segundo ele, o Cerrado Sustentável não tem caráter punitivo, o foco é a educação ambiental. Esse projeto acaba tendo um cunho de educação ambiental, porque, uma vez que a gente vem aqui, conversa com o proprietário, explica para ele o Código Florestal, as leis, as obrigações que ele tem. Mas de forma não punitiva.