De novembro de 2002 a dezembro do ano passado, 24.869 mulheres declararam já ter tido interrupção da gestação, fazendo com que Mato Grosso do Sul tenha um índice de aborto espontâneo de 15,96%.

Este percentual é considerado alto pela ginecologista obstetra Joana Soares de Arruda. Segundo ela, este número deveria variar entre 5% e 10%. As estatísticas foram elaboradas pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos (Iped), da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que, junto com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), desenvolve o Programa de Proteção à Gestante.

No levantamento, 12,66% das mulheres tiveram um aborto espontâneo; 2,40% delas tiveram dois; 0,67% tiveram três e 0,16% enfrentaram quatro ou mais interrupções da gravidez. Doenças infecciosas como a sífilis, clamídia e toxoplasmose são as grandes responsáveis por esses abortos, conforme a médica infectologista do Iped, Márcia Janine Dal Fabbro.

Ela explica que o objetivo do instituto é mapear essas doenças nas gestantes do Estado e evitar que as crianças nasçam com seqüelas. “O programa é preventivo e curativo”, afirmou Márcia, frisando que no primeiro ano do programa, o número de acompanhamento de mulheres com HIV saltou de 28% para 82%. Com o acompanhamento, é possível evitar que a mãe transmita o vírus da Aids para o recém-nascido.


Correio do Estado