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MPE diz que usinas trarão apenas subemprego

10 de novembro de 2005 - 09:59


Para o presidente do Ministério Público Estadual (MPE), Sérgio Moreli, a implantação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai vai gerar apenas subempregos. Durante a audiência pública na Assembléia Legislativa, ele afirmou que os benefícios alcançam os usineiros e, em um primeiro momento, o Estado e os municípios com o aumento da arrecadação de impostos. “A maior quantidade de empregos é para cortadores de cana, um subemprego que além de não proporcionar qualidade de vida, traz violência. E mesmo assim, em longo prazo, as empresas devem optar pelo sistema mecanizado e as pessoas voltam para a rua”, disse.

A afirmação gerou polêmica. Moradores da região Norte, favoráveis ao projeto, consideraram a afirmação preconceituosa. “Eu quero que meu filho seja cortador de cana se ele estiver passando fome”, afirmou uma moradora de Rio Verde. Para o deputado Sérgio Assis (PSB), cortador de cana não é subemprego. “Uma pessoa pode começar cortando cana e terminar doutor”, disse.

O presidente do MPE disse ainda que muitas dúvidas sobre o projeto já foram sanadas. “Sabemos que ele não prevê a implantação das usinas dentro do Pantanal, mas na Bacia do Rio Paraguai. Porém, também é fato que haverá influência no ecossistema pantaneiro em caso de acidentes. Além disso, a própria produção de cana causa impactos”, afirmou. Moreli sugeriu que seja feito um macro zoneamento das regiões, apontando outras alternativas para o desenvolvimento e geração de empregos.


Agência de Notícias do Legislativo - ANL
Patrícia Hadlich

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