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MPE denuncia novo esquema de corrupção em Cassilândia

Humberto Marques/Campo Grande News - 31 de maio de 2007 - 19:27

A força-tarefa constituída na Operação Judas, para apurar a existência de um esquema de corrupção na prefeitura de Cassilândia, encontrou indícios de novas irregularidades na administração local, desta vez envolvendo o serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto do município. Conforme denúncia do MPE, incluída na ação cautelar que pediu o afastamento por 90 dias do prefeito José Donizete Ferreira de Freitas (PT), contas atrasadas desses serviços vinham sendo cobradas por dois funcionários, ao invés de serem incluídas na dívida ativa para execução. Os valores recolhidos não seriam incorporados ao tesouro municipal, e sim divididos entre os participantes nesse novo esquema.

A ação aponta responsabilidade do prefeito e de seu ex-secretário de Finanças, Waldimiro Cotrim. Ambos já são alvo das denúncias no inquérito principal da Operação Judas, e, neste caso, seriam eles destinatários dos recursos arrecadados nas contas de água e esgoto que estavam em atraso. Outras duas pessoas teriam participação no esquema, que funcionaria pelo menos desde 2005, conforme a denúncia do MPE.

Diante dessa nova denúncia, o Ministério Público Estadual solicitou novo pedido de afastamento contra Donizete de Freitas. O pedido foi acatado na Comarca de Cassilândia, que manteve o prefeito distante do Paço Municipal por mais 90 dias. O advogado de Freitas, Fernando Peró, informou que está estudando o conteúdo dessa ação, e deve ingressar com recurso solicitando o retorno de seu cliente ao cargo na próxima semana.

Desdobramentos – Ronaldo Vieira Francisco, da 1ª Promotoria de Justiça de Cassilândia, informou que outros itens averiguados durante a Operação Judas devem merecer investigação à parte do inquérito principal. “Possivelmente, surgirão novas ações”, pontuou. “Na Operação Judas surgiram outros fatos, que foram divididos. Os mais graves tiveram sua resposta imediata”, prosseguiu, considerando que, agora, a força-tarefa – composta pelo MPE e polícias Civil e Militar – deverá se focar em fatos que ainda não receberam a devida atenção.

“O esquema de corrupção que encontramos é muito maior do que imaginávamos”, ressaltou o promotor. Apenas no inquérito principal da operação, que apurava o uso de notas frias para justificar saques do tesouro municipal, o montante desviado chegaria a R$ 9 milhões, conforme destacou Francisco.

Retorno – A juíza substituta Jeane de Souza Barbosa Ximenes havia concedido um novo afastamento, de 180 dias, contra o prefeito Donizete de Freitas. Porém, a decisão foi revertida na quarta-feira (30 de maio) pelo desembargador Luis Carlos Santini, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Poucas horas depois, o prefeito cassilandense foi comunicado sobre o novo afastamento, desta vez por 90 dias.

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