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Motociclista não consegue se adequar a novas regras

08 de fevereiro de 2008 - 14:00

Os estabelecimentos que revendem equipamentos para motociclistas nunca venderam tanto. As fábricas de capacete não dão conta de atender a demanda e os motociclistas têm dificuldade de encontrar o produto nas 115 lojas de Campo Grande que vendem esses acessórios de uso obrigatório. Os motociclistas têm até o próximo domingo para de adaptar às novas normas do uso de capacetes sem receber a multa de R$ 127,69. Os capacetes precisam ser certificados pelo Inmetro e ter faixas refletivas nas laterais e traseira.

Washington da Silva Costa, o Chitão, da Chitão Motos, da Avenida Ernesto Geisel, disse que a venda de capacetes que apresentava aumento de até 35% ao ano, chegou “ao limite máximo” com as novas regras de trânsito que passam a valer na segunda-feira. “Quando chegou um lote de 400 capacetes, em três dias vendemos tudo. Na segunda-feira passada, véspera de carnaval, chegaram outros 40; vendemos tudo em 1 hora e 15 minutos”, afirmou.

Os motociclistas só encontram nas lojas os capacetes menos procurados, como os mais luxuosos, que custam mais de R$ 100. Os capacetes mais populares custam metade do preço. “São 83 mil motos em Mato Grosso do Sul, parece que 42 mil delas em Campo Grande. Não tem como as lojas atenderem todos. Brasileiro deixa sempre tudo para última hora”, diz Chitão.

Para contornar o problema, Nivaldo José da Silva, motociclista há 15 anos, resolveu comprar um capacete usado. “Tive a oportunidade de comprar de um rapaz que teve a motocicleta roubada. O capacete dele já tinha o selo do Inmetro. Só faltavam os refletores e precisava trocar a viseira. Gastei R$ 80”, afirmou.

O gerente Altair Luiz, de 37 anos, disse que nas oito lojas da Moto 3 só é possível encontrar os capacetes estilo Cross, que não têm viseira e que exigem o uso de óculos de proteção. Os óculos de proteção custam R$ 40 e também são difíceis de ser encontrados. Já o kit com quatro adesivos reflexivos, que também são obrigatórios, custa R$ 4,50. “Vendemos de 50 a 60 kits por dia”, afirmou.

Ontem, a loja recebeu 47 capacetes e em 30 minutos quase todos foram vendidos. O detalhe é que os capacetes são cor-de-rosa e, por isso, normalmente teriam pouca procura. Sobrou apenas um. O capacete custa R$ 47.

A Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), da Polícia Militar, tem feito blitz para informar os motociclistas sobre as mudanças. Mas nem mesmo todos os policiais conseguiram se adequar às novas regras. Hoje, em blitz na Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena, o Campo Grande News verificou que um dos policiais estava com capacete que ainda não tinha o selo do Inmetro.



Paulo Fernandes - Campo Grande News

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