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Geral

Motim em presídio chega ao fim e reféns são liberados

Fernanda Mathias e Renato Lima/Campo Grande News - 21 de abril de 2008 - 12:44

Chegou ao fim, após quase 24 horas, a rebelião deflagrada por presos do Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande. Os visitantes foram enfileirados para conferência e liberados aos poucos pela Polícia Militar. A ação policial toda contou com 100 homens.

Desde o meio-dia de ontem foram mantidas reféns 77 pessoas, das quais quatro foram liberadas entre o fim da tarde de ontem e início da manhã de hoje. A maioria é de mulheres e há também um agente penitenciário. Policiais da tropa de choque do Cigcoe entraram fortemente armados e com cães.

A liberação começou pelas mulheres, dando prioridade às gestantes. Os bombeiros ficaram a postos com kits de primeiros-socorros, luvas e auxílio de médicos. Eles devem avaliar o estado de saúde dos reféns. Muitos sairam carregados e pelo menos uma pessoa desmaiada.

A dona de casa Eleuza Aparecida Gracindo, de 42 anos, foi uma das primeiras liberadas no final da manhã. Visivelmente cansada, a mãe de preso conta que foram horas de medo, mas nega qualquer violência praticada contra os reféns. "A gente comeu o que eles tinham de reserva e bebeu a água que estava estocada. Depois fecharam as celas para a gente dormir", relata.

O aposentado Sebastião Chaves, de 50 anos, também faz questão de ressaltar que não foi agredido, mas fala do pânico. "O pior momento foi quando renderam o agente. Eles não iam fazer mal contra parente de preso, mas contra o agente não havia qualquer segurança", relata.

Durante negociações com o presidente do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos), Paulo Ângelo de Souza, ficou garantido aos presos a presença de dois advogados que nesta terça-feira vão monitorar as celas e avaliar as condições dos presos e se eles sofreram algum tipo de violação de direitos. Os presos temem retaliação pela polícia que já anunciou que fará um pente-fino.

Ao todo 175 presos estão na unidade, em um local projetado para apenas 60. A rebelião teria se iniciado por conta de um plano frustrado de fuga e um dos presos apontados como líder é Augusto César Souza, preso no interior paulista e que reivindica a transferência para o presídio federal.

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