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Mortes violentas atingem quase 14 mil adolescentes

Juliana Andrade / ABr - 09 de dezembro de 2004 - 13:08

A cada ano, cerca de 14 mil adolescentes brasileiros de 12 a 19 anos são vítimas de mortes violentas (homicídios, acidentes de trânsito e suicídios). Desse total, quase 12 mil são meninos, sendo que os garotos negros são as maiores vítimas. Enquanto em 2002, 5.093 adolescentes negros nessa faixa etária morreram em decorrência da violência, o número de morte entre os brancos foi de 4.200. Esses dados fazem parte do relatório "Situação Mundial da Infância 2005 – Infância Ameaçada, divulgado hoje pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O relatório destaca o avanço acelerado de mortes violentas entre mulheres na faixa de 15 a 24 anos. Entre 1990 e 2002, a proporção de mortes por violência no total de óbitos passou de 28,3% para 34,1% entre as adolescentes. "A progressão do número de vítimas é muito maior no grupo de adolescentes mulheres", destaca a representante do Unicef no Brasil, Marie Pierre Poirier.
O documento mostra que o maior crescimento da proporção de mortes por violência contra as mulheres verifica-se na região Norte, com aumento de 44% entre 1990 e 2002.

O documento aponta ainda a redução da violência urbana no Brasil como um dos principais desafios a serem enfrentados. Para Marie Pierre, a mudança do quadro requer ações para acabar com a cultura da impunidade. "Cada caso de violação tem que ser acompanhado até o julgamento. Não é normal criar a impressão de que uma vida de um adolescente ou de uma menina não tenha valor algum e que ninguém acompanha o processo de saber porque isso acontece", enfatiza.

Para a representante do Unicef, também é preciso melhorar os sistemas de dados sobre a violência contra as crianças e os jovens, que permitam o acesso a informações "mais confiáveis" sobre os vários tipos de violações, entre as quais a violência sexual. Segundo ela, é importante também incluir nos currículos escolares temas como tolerância e valorização das diferenças.

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