Morreu hoje, em Brasília, o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, de 93 anos. O boletim com a causa da morte, por volta das 10h (horário de MS), ainda não foi divulgado. Ele foi operado de uma hérnia de intestino, mas em função da idade e problemas respiratórios crônicos não resisitiu.

O ex-ditador estava no Brasil desde 1989 como asilado político. Ele, que tornou-se presidente em 1954 com um golpe de Estado, foi derrubado por um golpe em 1989, após passar 35 anos no poder. Conforme a Agência Brasil, a ditadura de Stroessner foi alvo de investigações no Brasil e no exterior, especialmente depois de abertos os chamados "arquivos do Terror", a documentação do período registrada pelo governo paraguaio.

Segundo investigações apresentadas em 2000 pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil e pelo Centro de Proteção Internacional de Direitos Humanos, “calcula-se que o número dos desaparecidos durante o governo Stroessner, isto é, de 1954 a 1989, ultrapasse 300 pessoas”. O documento também relaciona a política repressiva e anticomunista paraguaia à articulação e cooperação entre as ditaduras da América do Sul de décadas passadas - conhecida como Operação Condor.