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Missões do Equador e da Coréia visitam aviários de MS

Humberto Marques / Campo Grande News - 07 de março de 2006 - 15:33

Ao mesmo tempo em que empresas ligadas à avicultura no Estado anunciam a suspensão de atividades (como a Avipal, que dará férias coletivas aos funcionários em abril, retomando atividades em maio), duas missões internacionais visitam Mato Grosso do Sul para visitar e analisar aviários que exportam carne de frango e derivados. Ontem (6 de março) chegou ao Estado inspetores do Equador, que permanecem aqui até o dia 24 de março. Entre os dias 13 e 17, é a vez de profissionais vindos da Coréia do Sul avaliarem a qualidade da estrutura avícola estadual.

O trabalho dos inspetores é visto sob duas óticas: a da crise na avicultura estadual e os problemas ocasionados pela gripe aviária em países da Ásia e Europa – dois importantes mercados para os produtores brasileiros. De acordo com a assessoria da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), os abatedouros pagam, hoje, entre R$ 0,10 e R$ 0,30 por cabeça, sendo que o custo de produção por ave é de R$ 0,40.

O Brasil é o maior exportador de aves do mundo, tendo como principais clientes a União Européia, Rússia e Oriente Médio. Porém, em fevereiro de 2006, houve uma queda de 7,9% em volume de carne exportada e de 15% em receita, quando comparado com janeiro do mesmo ano – foram embarcados cerca de 190,3 mil toneladas de carne de frango, em um total de US$ 224,7 milhões, um total de 9,7% abaixo do exportado no mesmo período de 2005.

Pandemia – Para Adriana Mascarenhas, economista da Casa Rural, a vinda das missões podem representar a conquista de novos mercados, antes abastecidos por países que enfrentam agora surtos de gripe aviária – como Turquia, Iraque, Tailândia, Camboja, Indonésia, Vietnã, Hong Kong e China. Na semana passada, surgiram suspeitas da presença de influenza aviária na Europa e na África.

Por outro lado, a gripe aviária pode representar a redução no consumo de frango, ocasionando, conseqüentemente, a redução do consumo e da produção e até mesmo surtir efeito no preço de grãos, como o milho, utilizado na alimentação dos animais. Na Rússia, por exemplo, o consumo de carne de frango caiu 70%, segundo a Famasul.

“Essa é uma preocupação, porque, se o Brasil é um grande exportador, ele também é um grande produtor”, lembrou a economista, ao explicar que, com o excesso de oferta, pode ter início uma crise no setor – com aumento nos estoques e desvalorização do produto. “Se as missões aceitarem as condições sanitárias dos aviários brasileiros, poderemos até visualizar uma inversão da crise”, prosseguiu Adriana Mascarenhas, referindo-se à suspensão de atividades na Avipal – que, diretamente, mantém relações comerciais com cerca de 300 produtores da Grande Dourados.

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