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Geral

Missa de 7º dia de Helena Meirelles será amanhã às 20h

Aline dos Santos / Campo Grande News - 05 de outubro de 2005 - 15:27

A missa de sétimo dia da violeira Helena Meirelles, 81 anos, será realizada amanhã, dia 6, às 20h, na igreja São José. A celebração para lembrar a Dama da Viola será marcada pela presença de músicos que a irão homenagear através do som da viola.

Helena morreu na última quinta, dia 29 de setembro, em função de uma parada cardiorrespiratória. A igreja está localizada na rua Pedro Celestino, 1.446.

Uma história de lutas - A violeira só conheceu o sucesso quase aos 70 anos, e ele veio bem distante de Mato Grosso do Sul, onde nasceu. Foi preciso que uma publicação dos Estados Unidos – que a classificou como uma das 100 melhores do mundo - se rendesse ao talento da instrumentista autodidata, para que os olhos do Brasil e de seus conterrâneos sul-mato-grossenses se voltassem à música de Helena.

Com o sucesso, vieram os cds (4 ao todo), os shows e o título de Dama da Viola. Expressão que a uniu para sempre ao instrumento ao qual dedicou a vida. Mulher de têmpera, para fazer sua canção tocar mais forte e cumprir o destino de dedilhar a viola ela não hesitou em ‘bater de frente’ com quem tentou dissuadi-la.

Precoce, aos nove anos disse ao tio –reconhecido tocador – que sabia tocar violão. Este, surpreso, desafiou a menina, e ficou espantado diante do talento da sobrinha. Mas, no início dos anos 30, música não era nem de longe ocupação destinada a uma mulher. E a alegria do tio não foi extensiva ao restante da família; os pais não viam com bons olhos a vontade da filha e ameaçavam cortar seus dedos caso desse prosseguimento à carreira de tocadora de viola. Ela respondia que tocaria mesmo com o toco dos dedos, evidenciando o temperamento forte e destemido.

Após dois casamentos desfeitos, Helena foi para o interior de São Paulo onde passou a tocar em prostíbulos. Numa dessas casas, conheceu o terceiro marido, que seria seu companheiro pelo resto da vida, e para desassossego da família veio para o Pantanal, ficando mais de 30 anos sem dar notícias.

Foi graças o retorno a São Paulo, que um de seus sobrinhos, impressionado com a música de Helena, enviou uma fita para a revista americana Guitar Player. Com o reconhecimento internacional, Helena - que traz no nome a insígnia da luz - conheceu os palcos iluminados dos teatros e o aplauso de grandes platéias.

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