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Ministro defende políticas sociais para ensino superior

Rosana Tonetti / MEC - 05 de abril de 2004 - 15:00

O Ministro da Educação, Tarso Genro, defendeu em São Paulo, a adoção de políticas sociais pelas instituições de ensino superior. Na capital paulista, ele abriu a conferência O Papel Social do Ensino Superior na Perspectiva de uma Educação Cidadã, no encontro preparatório do Fórum Mundial de Educação, que será realizado em Porto Alegre, em julho.

“A reforma faz parte de um projeto de estratégia nacional. Uma política que nós, do Governo, vamos defender e aplicar, e sobre a qual eu assumo a responsabilidade pública”, disse. “Somos contra a privatização de vagas onde, hoje, se verifica a ocupação de 77% das cadeiras existentes no ensino superior”, afirmou, ao comentar a expansão do ensino privado ocorrida nos últimos 40 anos. O ministro comprometeu-se, ainda, a recuperar o papel da universidade pública a partir da ampliação da oferta de vagas, além de garantir um ensino básico de qualidade para que os alunos ingressem com melhor preparo nos cursos superiores.

As discussões foram divididas com o professor Pablo Gentilli, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Participaram do evento organizações não-governamentais, como o Educafro (Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes), o Movimento Negro e o Movimento dos Sem-Universidade (MSU), que apresentaram reivindicações.

Gentilli destacou dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), segundo os quais abria-se, em 2002, uma instituição de ensino superior por dia no País. “Por conta disso, enfrentamos hoje um verdadeiro supermercado de diplomas universitários. Enquanto tínhamos, em 2003, 15 mil vagas ociosas nas instituições públicas, havia 537 mil nas particulares”, destacou. “O primeiro desafio de uma reforma universitária é promover o desenvolvimento organizado da expansão.”

Doutor em Educação pela Universidade de Buenos Aires e autor de diversos livros sobre o tema, Gentilli levantou outros desafios que devem ser enfrentados pelo Governo, como a mudança nos critérios de acesso aos cursos superiores. Para ele, não há sistema mais perverso do que o vestibular. “É uma forma de segregação social. Os mais pobres acabam excluídos”. O professor sugeriu, ainda, que a comunidade acadêmica e o Governo ampliem as discussões sobre as questões relativas a gênero, raça e regiões geográficas. “Precisamos de ações afirmativas que ataquem os mecanismos de discriminação no Brasil”, afirmou.

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