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Ministério dobrará oferta de remédios para hipertensos

Irene Lôbo / ABr - 23 de abril de 2004 - 15:12

A partir desse ano, o Ministério da Saúde (MS) vai dobrar a quantidade de medicamentos para hipertensão e diabetes distribuídos nas unidades de saúde. Quem informa é a coordenadora do Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde (MS), Rosa Sampaio.

A falta de medicamentos é uma das principais reclamações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que fará um protesto na próxima segunda-feira (26), quando será comemorado o Dia Nacional de Combate à Hipertensão.

Na cidade de São Paulo, cardiologistas vão colocar no chão seus medidores de pressão e cruzarão os braços. O diretor-executivo da SBC, Raimundo Marques do Nascimento Neto, afirmou, por nota, que a manifestação será um protesto silencioso contra a falta de um programa governamental para controlar a hipertensão e para regularizar a distribuição de medicamentos contra a doença.

“Sem desmerecer o trabalho com a Aids, o governo federal gastou, em 2002, com a compra de medicamentos para essa doença, US$ 135 milhões, enquanto os gastos com remédios para hipertensão e diabetes foram de US$ 13 milhões”, afirma Raimundo.

A coordenadora do programa de hipertensão e diabetes do MS, Rosa Sampaio, rebate estes números e afirma que, somente no ano passado, o governo gastou mais de R$ 300 milhões em medicamentos para as duas doenças. Destes, cerca de R$ 47 milhões foram destinados ao programa de hipertensão. “A compra de medicamentos é feita de acordo com o número de pacientes informados pelos municípios que estão sendo acompanhados pela rede pública de saúde”, enfatiza.

Em 2001, o Ministério da Saúde implantou o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus, com o objetivo de atualizar os profissionais de saúde e garantir o diagnóstico e atendimento dos pacientes nas unidades de saúde.

“Concluímos agora, no mês de março, a capacitação de cerca de três mil profissionais de saúde em todo o país e continuamos a cadastrar os profissionais e pacientes acompanhados pelos SUS. Hoje são quase oito milhões de hipertensos cadastrados no sistema”, afirma Rosa Sampaio.

Em uma pesquisa recente, a SBC constatou que 48,1% das população que tem pressão alta e sabe do problema não fazem qualquer tipo de tratamento, sendo 60% do sexo masculino e 40% do feminino.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Vox Populi durante duas semanas, no mês de fevereiro, com 1.200 pessoas, em 70 cidades do Brasil e concluiu que 23,6% da população têm pressão alta.

São fatores de risco para a hipertensão arterial o excesso de peso/obesidade; o consumo excessivo de sal, açúcar e gordura animal e o baixo consumo de frutas e verduras; o sedentarismo e o tabagismo.

Diabetes – O diabetes mellitus é, junto com a hipertensão arterial, um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, que desde a década de 60 são a principal causa de morte no Brasil.

A doença é caracterizada por altas taxas de açúcar (glicose) no sangue e possui duas formas de manifestação. No diabetes tipo I, mais comum em crianças e jovens adultos, o pâncreas não produz a insulina, substância que regula a quantidade de glicose no sangue. O tratamento é feito com a injeção diária de insulina para equilibrar as taxas de açúcar no sangue.

Já o diabetes tipo II é resultado da insuficiência do pâncreas em produzir insulina ou resistência do organismo em utilizar essa insulina. O tipo II geralmente aparece nas pessoas com mais de 40 anos e o seu controle pode dispensar a aplicação de insulina. Em ambos os tipos da doença é necessário manter uma dieta adequada e praticar exercícios físicos regularmente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam mais de 35 milhões de pessoas com diabetes nas Américas, número que poderá chegar a 64 milhões em 2025, segundo estimativas da entidade.

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que existam 4,5 milhões de diabéticos, 10% com o tipo I e 90% com o tipo II. “A diabetes causa uma série de problemas se não controlada, se for bem cuidada a pessoa pode viver com a doença por muitos anos”, explica a coordenadora do programa de hipertensão e diabetes do MS, Rosa Sampaio.

Deixar de tratar a diabetes pode custar caro para os seus portadores. A doença é a principal causa de amputações de membros inferiores e de cegueira adquirida. Cerca de 30% dos pacientes que se internam nas unidades coronarianas e 26% dos que ingressam nos programas de diálise do SUS são diabéticas.



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