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Ministério da Saúde mobiliza todo o país contra a pólio
O Ministério da Saúde, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de saúde, realiza, no dia 20 de junho, a primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite. A segunda etapa ocorrerá no dia 22 de agosto. Este ano, nossa meta é imunizar cerca de 14,7 milhões de crianças, o que representa 95% das crianças menores de cinco anos.
Com o slogan Não dá pra vacilar. Tem que vacinar., a campanha recebeu investimentos do MS na ordem de R$ 35 milhões, sendo R$ 21,8 milhões com a aquisição dos imunobiológicos, e R$ 13,2 milhões, com transferência fundo-a-fundo para as SES e SMS, dependendo da decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Ao todo, 115 mil postos de vacinação participarão da mobilização, com o envolvimento de cerca de 350 mil pessoas e a utilização de cerca de 40 mil veículos (terrestre, marítimos e fluviais).
O Brasil assim como em toda a América Latina - já foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de que não há circulação do vírus da poliomielite no nosso território. Essa vitória sobre o vírus ocorreu, sobretudo, pelas campanhas e dias de vacinação, realizados desde a década de 1980. Atualmente, a importância da vacina é manter o país livre da circulação do vírus que ocasiona a doença. As gotinhas não têm contra-indicações. A aplicação não provoca dor e a vacina é a única prevenção, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Maria Arindelita Arruda.
SOBRE A DOENÇA A vacina contra a poliomielite é um serviço básico oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e disponível durante todo o ano nos postos de saúde, na vacinação de rotina. Além do esquema básico as três doses de rotina a criança de até cinco anos de idade tem de tomar todos os anos as duas doses da campanha. Até porque a paralisia é transmitida por três tipos de vírus. As várias doses se justificam por isso. Se a criança não desenvolveu a imunidade com relação a um vírus, com as várias doses, ela tem oportunidade de se imunizar, diz Arindelita.
A poliomielite é uma infecção grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é contaminada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso. As conseqüências mais comuns ocorrem nos membros inferiores, mas o vírus também pode ocasionar uma lesão mais grave em um ou mais membros ou até mesmo levar à morte por meio de uma tetraparalisia. A doença é causada e transmitida por um vírus que entra no organismo via oral.
A pessoa infectada pode transmitir a doença pelas fezes que, em contato com o ambiente, atinge quem não foi devidamente imunizado. Como o vírus é muito leve, ele pode ser levado pelo ar, entrar em contato com o alimento, com os brinquedos, ou atingir a criança por via oral ou pela ingestão de água contaminada. Uma pessoa que teve a poliomielite, principalmente em um ambiente em que o saneamento básico é desfavorável, o vírus pode contaminar a água, o solo e o meio ambiente de forma geral.
NO MUNDO - Existe um movimento mundial de erradicação da pólio. Ela é endêmica (a transmissão da doença é constante) em quatro países: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 15 países têm registro de casos importados: Sudão, Uganda, Quênia, Benim, Angola, Togo, Burkina Faso, Niger, Mali, República Central da África, Chade, Costa do Marfim, Gana, Nepal e República Dominicana do Congo.
O Brasil tem um comércio com algumas dessas nações e, além disso, existe um fluxo migratório de pessoas de lá para cá. O fato de a pólio estar erradicada no Brasil, não é motivo para descanso. É importante se manter a vigilância e as crianças imunizadas. Se alguém trouxer o vírus de um desses países, as crianças não correrão risco de adquirir a doença, explica a coordenadora.
Datas importantes para a erradicação da poliomielite no Brasil:
1961: Realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra poliomielite
1971: Implantação do Plano Nacional de Controle da Poliomielite
1977: Definição das vacinas obrigatórias aos menores de um ano em todo o território nacional e Aprovação do modelo da Caderneta de Vacinações válida em todo território nacional.
1980: Início dos Dias Nacionais contra a paralisia infantil no Brasil
1984: Introdução em alguns estados da estratégia de multivacinação por meio dos Dias Nacionais de Vacinação contra a poliomielite para as crianças de 0 a 4 anos de idade.
1986: Criação do personagem-símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha.
1987: Mudança na formulação da vacina oral contra a poliomielite, aumentado a concentração do poliovírus tipo 3;
1989: Ocorrência do último caso de poliomielite no Brasil.
1990: Criação na OPAS/OMS da Comissão Internacional para Certificação da Erradicação da Poliomielite nas Américas.
1994: o Brasil recebe o Certificado Internacional de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem.