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Ministério da Educação quer consolidar Enem em 2010

Agência Brasil/ Amanda Cieglinski - 31 de dezembro de 2009 - 13:20

Em 2010, um dos principais desafios do Ministério da Educação será conseguir fazer uma edição menos turbulenta do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O que começou em maio com uma ideia do ministro Fernando Haddad de unificar os vestibulares do país terminou com o roubo da prova e a consequente saída do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, meses depois.

Depois que as provas do Enem foram roubadas e o exame teve de ser remarcado, Haddad defendeu que grandes avaliações deveriam estar livres da lei de licitações. Segundo ele, esse foi o motivo para que um consórcio que não tinha a experiência necessária ficasse à frente do exame.

O ministro sugeriu que o Estado tivesse uma estrutura para atuar na organização de concursos e citou o Centro de Seleção e Promoção da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) como uma instituição estatal que tinha inteligência acumulada para fazer esse serviço. Foi justamente o diretor-geral do Cespe, Joaquim José Soares Neto, que assumiu a vaga de Fernandes com a missão de “consolidar” o exame.

O Enem foi criado em 1998 e é voluntário. Mas a participação cresceu muitos nos últimos anos depois que ele passou a ser pré-requisito para estudantes que querem pleitear uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni).


Para 2010, o plano do MEC era mais ambicioso. A ideia era que o exame substituísse, gradualmente, o vestibular de todas as universidades federais. Reitores reuniram seus conselhos universitários e foi grande a adesão: mais de 40 das 55 instituições federais incorporaram o Enem aos seus processos seletivos, além de algumas universidades estaduais.

A prova foi reformulada, cresceu em tamanho e em conteúdo. Mais de 4 milhões de inscrições chegaram até o Inep. Tanta expectativa foi frustrada às vésperas do exame, marcado para os dias 3 e 4 de outubro. Um dos funcionários do Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção (Connasel), responsável pela realização da prova, roubou alguns exemplares da gráfica que imprimia o material e tentou vendê-los ao jornal Estado de S. Paulo. Descoberta a fraude, o MEC decidiu adiar o exame.


Em menos de uma semana o exame foi remarcado, o Connasel foi retirado da organização, e o Cespe e a Cesgranrio assumiram a prova. Polícia Federal, Forças Armadas e Correios foram chamados para ajudar na força-tarefa. O dinheiro que já havia sido pago ao Connasel para imprimir as provas – mais de R$ 30 milhões – ainda não foi ressarcido. Diversas instituições tiveram que remarcar a data de seus vestibulares para não chocar com o novo calendário do Enem e algumas desistiram de usar a nota do exame.

Em dezembro a prova foi aplicada e na avaliação do MEC, o processo ocorreu “com tranquilidade”. Mas o índice de abstenção registrado foi recorde: quase 40%. Menos de 15 dias depois, Reynaldo deixou o cargo. Em carta enviada aos funcionários do Inep, disse que “não sai feliz, mas tranquilo”, com a certeza de que se dedicou “ao máximo ao Inep e à educação do país”.

Os resultados do Enem só devem sair em fevereiro. Até lá, o MEC precisa ainda colocar no ar o Sistema de Seleção Unificado (Sisu). É nessa plataforma que os alunos irão se inscrever para disputar as vagas nas federais. Segundo o ministro, as chances de aprovação serão multiplicadas. Mas isso, os estudantes só poderão conferir no ano que vem.



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