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Geral

Migração partidária obedece à "gangorra” do poder

Graciliano Rocha/Campo Grande News - 03 de janeiro de 2008 - 18:09

O movimento das migrações partidárias revela a perpetuação de um fenômeno tão antigo quanto a prática política brasileira: ao invés da ideologia ou de questões programáticas, a conveniência prevalece na hora de escolher um partido político. O mapa dos sul-mato-grossenses filiados a partidos mudou significativamente após a chegada ao poder do governador André Puccinelli (PMDB) e de sua coalizão de centro-direita. É o chamado efeito gangorra: quem chega ao poder ganha filiados; quem sai dele, perde.

Em novembro de 2006, o mês seguinte à vitória de Puccinelli, o PMDB de Mato Grosso do Sul tinha 39,9 mil filiados, de acordo com os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em novembro do ano passado, quando o levantamento foi atualizado pela última vez, o partido do governador já tinha 42,7 mil filiações – um crescimento de 7%. No mesmo período, o PT – que limpou as gavetas da Governadoria em dezembro de 2006 – perdeu quase 1,7 mil quadros, um encolhimento de 5%.

O milagre da multiplicação dos governistas está intimamente ligado ao interesse eleitoral. O melhor caso para ilustrar o efeito gangorra é o prefeito de Novo Horizonte do Sul, Marcílio Álvaro Benedito. Eleito pelo PT em 2004, com apoio de Zeca do PT, o prefeito vai disputar a reeleição pelo PMDB e, claro, com o governador em seu palanque.

Raquítico durante a era do PT no governo, o PSDB viveu o seu próprio “espetáculo do crescimento” desde a eleição de 2006, quando elegeu uma senadora, um deputado federal e dois deputados estaduais. Já no início de 2007, filiou mais dois deputados eleitos por legendas nanicas: Márcio Fernandes (ex-PRTB) e Professor Rinaldo (ex-PT do B).

Além dos deputados, o partido apostou forte na cooptação de prefeitos, vereadores e lideranças que pretendem ser candidatos a alguma coisa na eleição municipal deste ano. Resultado: o número de filiados em 12 meses teve um salto de 18%, chegando a 21,1 mil em novembro do ano passado. Isso equivale a mais de 3 mil novos tucanos em MS.

Caminho contrário é o do PTB, um dos poucos partidos a se declararem oposição a Puccinelli. Saiu da eleição de 2006 com um deputado eleito, Maurício Picarelli. Picarelli deixou o partido antes mesmo de tomar posse (foi para o PMDB), e parece ter aberto uma porteira por onde saíram mais de 1,7 mil filiados (10% do partido).

Crescei e multiplicai - De acordo com o TSE, o partido que mais cresceu em Mato Grosso do Sul é o PRB, considerado um braço político da Igreja Universal do Reino de Deus. É o partido do vice-presidente José Alencar. Entre setembro de 2006, a legenda tinha módicos 8 filiados no Estado. Doze meses depois são 8.958. O partido, que fez uma forte campanha de filiação em todo o País, promete lançar candidatura própria nas capitais. Em Campo Grande a pré-candidata é a ex-primeira-dama de MS, Maria Aparecida Pedrossian.

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