São Paulo - Os metalúrgicos do ABC decretaram, por unanimidade, greve a partir de segunda-feira nas empresas dos grupos 9, 10 e Fundição. A decisão foi tomada em assembléia na noite de ontem, da qual participaram 1,5 mil trabalhadores. Um total de 70 mil metalúrgicos trabalham em empresas dos grupos 9, 10 e Fundição em todo o estado, sendo 40 mil na região do ABC. Ontem 5.588 trabalhadores cruzaram os braços por cerca de duas horas.

Segundo o presidente do Sindicato, José Lopez Feijó, a pauta de reivindicações foi entregue em julho aos grupos patronais. Os metalúrgicos pedem reposição integral da inflação, aumento real de 4%, limite de horas extras e o direito do sindicato fiscalizar as empresas terceirizadas.

“Teimaram em não apresentar proposta, portanto, não nos resta outra alternativa: nas fábricas onde não tem acordo, estamos em greve por tempo indeterminado, a partir de segunda-feira”, afirmou Feijó, antes de colocar a proposta em votação.

Ele esclareceu que o sindicato mantém a tradição de negociação. Isso significa, disse, que não haverá greve nas empresas que procuraram o sindicato para negociar em separado e assinaram o compromisso de pagar em 1º de setembro o mesmo reajuste conquistado para os metalúrgicos do setor de autopeças (9,57% de reajuste em 1º de setembro).

“Passamos o mês de agosto inteiro negociando com o Sinfavea (sindicato que representa as montadoras) e o Sindipeças (que representa as autopeças, indústrias de porcas, rebites e parafusos e forjaria) e fechamos bons acordos”, disse o presidente da FEM/CUT, Adi Santos Lima, coordenador da bancada de negociação do lado dos trabalhadores.

Em São Bernardo do Campo param na segunda-feira os trabalhadores da Ottis, Makita, Conexel e Mark Groundfs. Em Santo André param os trabalhadores da Pirelli Energia.