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Mesmo com ano difícil, produção de suínos cresceu em MS

Correio do Estado - 16 de fevereiro de 2019 - 11:20

Os produtores de suínos de Mato Grosso do Sul tiveram um ano difícil em 2018, com embargo da Rússia ao produto brasileiro, greve dos caminhoneiros, aumento nos custos de produção e queda no preço da proteína.

Ainda assim, os dados regionais mantiveram ritmo competitivo, com 176.912.925 quilos de carne produzida, pontuando o Estado na 8ª colocação nacional de produção e 7º lugar nas exportações para o comércio internacional.

Segundo informações da unidade técnica da Federação de Agricultura e Pecuária (Sistema Famasul), a produção em 2018 também obteve índices positivos, com crescimento de 20,12%, passando de 147 milhões de kg em 2017 para 176,9 milhões de quilos no último ano.

Além disso, o Valor Bruto da Produção (VBP) da da suinocultura cresceu 1,42% em 2018 comparado a 2017 e 19% em relação a 2016. Os números mostram uma cadeia com avanços crescentes, mas que poderiam ser melhores, não fosse as conjunturas de mercado.

ANÁLISE PRODUTORES

Para o vice-presidente da Associação Sul-mato-grossense de Suinocultores (Asumas), Celso Philippi, o ano de 2018 foi conturbado em razão de vários acontecimentos internos e externos. Ele cita a greve dos caminhoneiros e resquícios da operação Carne Fraca que dificultaram o primeiro semestre do ano, além das instabilidades do mercado internacional, como a volatilidade na cotação do dólar e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.

A Rússia era responsável pela compra de 40% da carne suína brasileira comercializada ao exterior, e com o embargo após a identificação de Ractopamina em alguns lotes, o setor sofreu um grande desfalque e precisou buscar novos mercados.

Celso explica que “para sorte” dos suinocultores brasileiros, houve focos de peste suína africana na China, que no segundo semestre, passou a importar quantias consideráveis da carne do Brasil, que não registra nenhum caso da doença há mais de 30 anos.

“Tivemos um primeiro semestre ruim e o segundo de recuperação, mas por ser uma commodity, o preço da carne suína sofre bastante interferência do mercado internacional e isso gera uma instabilidade ao setor em um ano conturbado como este. Por exemplo, começamos o ano com o dólar cotado em R$ 3,50 e fomos até R$ 4,10, e agora estamos em média de R$ 3,80, isso influencia muito no preço da carne suína”, destaca.

Aliado ao mercado e ao preço, os custos de produção baseados em grãos, aumentaram no início de 2018. “O preço do milho e do farelo de soja onerou o produtor no primeiro semestre, que teve que adotar estratégias para não ter prejuízo, isso só se normalizou no último trimestre do ano, com redução de 15% no preço dos grãos, mesma época que houve aumento no preço pago ao suíno”, explica o vice-presidente da Asumas, ao afirmar que o ano se resumiu em queda e recuperação, sem ganhos.

Opinião corroborada pela ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos). No anuário da entidade, o presidente Marcelo Lopes destaca 2018 como um ano de muitos desafios para a suinocultura mundial, mas com conquistas na medida do possível. “A posição recuperação gradativa da economia brasileira nos deixa otimista para esperar um ano melhor que 2018”, disse ao documento anual.

EXPECTATIVAS 2019

Depois de um ano atribulado, especialistas do setor são unânimes em acreditar em um ano melhor para a suinocultura em 2019. E as boas notícias chegaram ainda em 2018, com o fim do embargo e a retomada da importação por parte da Rússia. Com o aumento das exportações e perspectiva de maior consumo interno, o preço pago à carne suína deve se manter aquecido no próximo ano.

“Devemos chegar ao patamar de 750 mil toneladas de carne exportada em 2019 e isso é animador para o setor. Se as previsões se cumprirem, a tendência é de um ano favorável para a cadeia produtiva”, afirma.

A tendência também é confirmada pela ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos) e pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil), que por sua vez afirma que a perspectiva não significa necessariamente que o setor saia do vermelho, mas que “o aumento da demanda, somado à expectativa de safra recorde de milho e a queda no preço do grão, devem recompor as perdas que o setor acumulou nos últimos anos”.

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