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Geral

Mercosul insiste em aumentar cota de exportação de carne

Nádia Fagianni/ABr - 10 de agosto de 2004 - 08:04

O Mercosul apresenta amanhã aos negociadores da União Européia (UE) proposta para exportar 315 mil toneladas de carne bovina por ano, com isenção tarifária, para o continente europeu. Hoje, o Mercosul exporta 230 mil toneladas de carne para a UE por ano, sendo 130 mil toneladas com tarifa reduzida de 20% e as 100 mil toneladas restantes com taxação que equivale a 170%.

A decisão foi tomada hoje em reunião de representantes do Fórum Mercosul da Carne e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Régis Arslanian.

No entanto, a UE também insistirá em sua proposta. O negociador do bloco europeu, João Pacheco, apresenta amanhã ao Mercosul a proposta formal da UE. O bloco europeu propõe a importação de 100 mil toneladas do Mercosul dividida em duas fases, sendo 60 mil toneladas em 10 anos, com alíquota de 10%, e 40 mil toneladas que dependeriam das negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para o Mercosul, a proposta da União Européia não assegura que as 40 mil toneladas seriam exportadas para o bloco, já que dependeria de negociações.

De acordo com o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, o pedido feito pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai para ampliar as exportações para a Europa é feito com base em dados históricos.

“Essa quantidade de carne in natura representa apenas 5% do consumo interno da União Européia. Manteremos nosso pedido e salientamos que o Fórum não aceita a negociação em duas etapas, como foi proposto por eles. Também queremos fazer valer nossas especialidades, trabalhar individualmente a proposta. Queremos trabalhar a la carte, eles querem fazer com bufê”, declara Camardelli.

A intenção do Mercosul é continuar as negociações com a União Européia independente de ultrapassar outubro deste ano, prazo fixado para que as negociações entre os blocos sejam concluídas. “Temos que ter paciência. Se não terminar em outubro, vamos ver uma nova data. Só não podemos deixar que isso emperre as negociações”, diz o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira.

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