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Mercado não sinaliza aumento de preço

Fabiane Sato - 01 de novembro de 2005 - 20:41

Os preços do leite não devem subir, conforme avalia a consultora da Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (FUNAR) e coordenadora da Câmara Setorial do Leite, Adriana Mascarenhas Braga. Os dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (CEPEA/USP) no último dia 31 de outubro, mostram que os preços pagos aos produtores de leite registraram uma nova queda em outubro em relação a setembro, de 2,94%.

O quadro atípico não se deve aos focos de febre aftosa no sul do Estado de Mato Grosso do Sul (os preços foram avaliados antes dos focos da doença). A queda na taxa cambial, o aumento da produção e também das importações geraram a queda dos valores do leite. Hoje, no Estado, a média por litro paga ao produtor de leite é de R$ 0,38. “O produtor terá que ser muito bom para ter lucro por esse valor”, analisa a consultora.

Os preços vêm caindo desde junho desse ano. Segundo a coordenadora da Câmara Setorial, houve um aumento de 8% na captação do leite no Rio Grande do Sul e outros 4,6% no Paraná. No geral, houve um crescimento na produção de 2,5%. De julho a setembro deste ano, a queda de preços para o produtor foi de 18,4% no País e, aproximadamente, de 16% em Mato Grosso do Sul.

“O problema é que a queda de preços do litro de leite para os produtores não se refletem na venda ao varejo”, compara Adriana.

Aftosa
Quanto aos focos de febre aftosa, a coordenadora comenta que o impacto não foi tão intenso como se esperava. Diferente do Paraná, que também teve focos da doença, as indústrias de Mato Grosso do Sul puderam absorver a produção. “No Paraná, os latícinios não tinham capacidade para absorver a produção leiteira”, explica.

O CEPEA avalia como “preocupantes” os impactos sobre o produtor de leite em relação aos focos de aftosa. Na última semana de outubro, preços pagos ao produtor sul-mato-grossense já estavam na casa dos R$ 0,29 a R$ 0,32/litro – referente ao produto entregue no correr do mesmo mês. Apesar dessa sinalização, ainda é cedo para medir o real impacto da febre aftosa sobre o setor lácteo. Por ora, uma coisa é certa: haverá, sim, prejuízos tanto para produtores como para laticínios.

Dados do CEPEA mostram que nos últimos 12 meses o preço médio dos estados pesquisados recuou 14,71% em termos nominais. Se contabilizada a inflação, medida pelo IPCA, a variação de outubro de 2004 para outubro de 2005 torna-se ainda mais negativa, chegando a 17,67%. Nessa análise, o Estado do Paraná se destaca por ter quedas de preços bem superiores à média; em termos reais, o preço que o produtor paranaense recebeu em outubro são 23,1% menor que em outubro do ano passado.

Aos produtores de leite, só resta reduzir os custos de produção para garantir a sobrevivência dessa atividade em um ano tão atípico. “O produtor precisa cortar seus custos. Ele vai ter que ser muito bom para garantir que seu custo seja abaixo dos R$ 0,38”, analisa a consultora.

Fabiane Sato com dados do Cepea
Sato Comunicação

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