O líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), fez um apelo nesta quarta-feira (13) pela realização da reforma política e propôs o modelo praticado nos Estados Unidos como a melhor forma de financiar as campanhas eleitorais. Para ele, o financiamento de campanhas é uma das causas mais profundas da atual crise.


- Enquanto não fizermos a reforma e não tivermos transparência nos financiamento de campanhas, continuaremos assistindo episódios como este, não teremos eficiência no estado e nem tranqüilidade da vida pública - alertou o senador, referindo-se às denúncias de corrupção nos Correios e ao esquema do "mensalão".

Mercadante explicou que as campanhas eleitorais, com propaganda na televisão, comícios e outros eventos, têm custos muito altos, e que mesmo um partido como o PT, que recebe doações de campanha e de filiados, não consegue arcar com essas despesas. O corte de gastos, segundo ele, é uma medida essencial.

Quanto ao financiamento das campanhas, Mercadante criticou a proposta de financiamento público exclusivo, adotada na Alemanha. Esse modelo proíbe as doações de empresários e pessoas físicas e cria um fundo, com recursos públicos, que é dividido entre os partidos. O senador argumentou que mesmo a Alemanha, onde as instituições são fortes e os partidos, sólidos, teve problemas com esse modelo. Ele defendeu a possibilidade de empresários fazerem doações de forma transparente.


- O financiamento por parte das empresas não significa que o homem público comprometerá as suas decisões. É possível que alguns tornem-se lobistas de algumas empresas, mas a maioria manterá as responsabilidades para com os eleitores - analisou Mercadante.