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Menstruar ou não, eis a questão

Gineco.com.br - 02 de maio de 2016 - 11:30

Atualmente existem métodos contraceptivos com os quais a menstruação ocorre com menos frequência ou para por completo. Por esse motivo muitas mulheres têm questionado se alterar o ciclo menstrual pode causar algum dano à saúde.

A menstruação frequente é um fenômeno relativamente novo. Estima-se que as mulheres pré históricas menstruavam cerca de 50 vezes na vida, atualmente as mulheres modernas menstruam em média 450 vezes. A diferença é tão grande pois antigamente as mulheres se submetiam a gestações consecutivas, amamentação prolongada e menor expectativa de vida.

A habitual menstruação mensal com o uso de pílulas foi originada por John Rock e Gregory Pincus em 1958, mesmo nessa época seus criadores comentaram que qualquer duração de ciclo menstrual poderia ser optada, sendo escolhida a mensal por questões políticas, culturais e religiosas da época. Apesar de haver sangramento mensal com as pílulas este não é uma menstruação e sim um sangramento pela retirada brusca de hormônios.

Pesquisas demonstram que 62% das mulheres gostariam de menstruar menos frequentemente ou não menstruar. Motivos para isso são reduzir sintomas menstruais, higiene, melhoria na qualidade de vida e diminuir o sangramento.

Uma pesquisa feita com ginecologistas brasileiros mostra que 93% deles consideram ser seguro não menstruar.

A supressão da menstruação ganhou legitimidade com seu uso para tratamento de doenças como cólicas menstruais, miomas, endometriose, etc. Conclui-se então que o sangramento mensal não é necessário para a eficácia contraceptiva ou segurança do tratamento. Diversos países, inclusive o Brasil, já têm medicamentos aprovados para tal fim.

O bloqueio da menstruação também pode apresentar vantagens como: maior adesão ao método contraceptivo, menor interferência nas atividades diárias ou ocasiões especiais, menor gasto com produtos de higiene e menos faltas no trabalho/escola por queixas relacionadas à menstruação.

Por isso seja qual for a sua preferência converse com o seu médico ginecologista, somente vocês dois poderão decidir qual o melhor intervalo menstrual e qual a melhor forma de atingir o objetivo.

Dra. Thaís Emy Ushikusa

Ginecologista, obstetra e colposcopista.

Gerente Médica – Bayer SA

Fontes:

Jensen JT, Garie SG, trummer D, Elliesen J. COntraception 2012.

Jacobson JC, Likis FE, Murphy PA. J Midwifery Women’s Health 2012.

Pompei LM, Fernandes CE, Steiner ML et al. Gynecol Endocrinol 2013.

Christin-Maitre S. Clin Endocrinol Metabol. 2013.

Edelman AE, Gallo MF, Nichols MD et al. Hum Reprod 2006.

L.BR.02.2014.1613

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