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Geral

Menor preço da carne no açougue pode ser a solução

Acrissul - 18 de abril de 2005 - 15:50

Uma solução apontada para o problema da baixa remuneração dos pecuaristas na cadeia produtiva da carne, onde a acusação é de que a indústria e os supermercados estariam ficando com a maior parte do bolo, foi apresentada por pecuarista campograndense. Trata-se de uma proposta simples, muito embora para dar resultado seja necessária uma boa dose de vontade de todos os elos da cadeia, de forma a alterar o funcionamento atual do mercado.

A proposta seria de reduzir, assim como foi reduzido o preço da arroba do boi para o produtor, o preço da carne nos açougues e supermercados, de forma que pudesse haver um crescimento no consumo pela população. E em havendo uma significativa alta no consumo de carne, o mercado exigiria mais produto e com o aquecimento do mercado todos os segmentos da cadeia ganhariam.

Audiência pública

O assunto do mercado da carne, e mais especificamente a reclamação dos produtores quanto a baixa remeneração que vem sendo paga pelos frigoríficos pelo boi gordo, foi tema de uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado na segunda-feira, dia 11 último.

E um ponto importante em destaque nos debates foi o fato de que não se restringe aos frigoríficos a composição dos preços pagos pelo boi, e inclusive uma pesquisa foi apresentada para comprovar esse fato.

Estiveram presentes, frente a frente, representantes de entidades do agronegócio e diretores de três frigoríficos que trabalham com o mercado externo. A proposta foi de ampliar as discussões sobre a distribuição dos lucros da pecuária de corte e foi de autoria dos deputados Paulo Corrêa e Waldir Neves, respectivos presidentes das comissões de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Agrário e do Meio Ambiente.

Pelas entidades de classe estavam presentes dirigentes da Famasul, Leôncio Brito; da Acrissul, Laucídio Coelho Neto; do Sindicato Rural de Campo Grande, Rodolfo Vaz de Carvalho, dos professores da UFMS, Ido Michels, e da Universidade de Brasília, Argemiro Procópio; e dos frigoríficos Bertin, Fernando Bertin; Independência, Miguel Graziano Russo Neto, e Friboi, José Batista Júnior.

Pontos principais

O excesso de oferta de carne no mercado, a informalidade tributária de 90% no setor e a alta tributação sobre a produção, o veto nos principais mercados internacionais, o controle do mercado de insumos pelas empresas transnacionais e o domínio do mercado interno da carne pelos grandes supermercadistas. Estas, no geral, seriam as dificuldades da cadeia da carne. Pelo menos foram esses os pontos elencados e debatidos durante a audiência pública.

Durante o debate, representantes das indústrias garantiram que os frigoríficos não tiveram, em momento algum, intuito de prejudicar os produtores e, pelo contrário, disseram que sempre estão buscando ampliar os mercados consumidores dos produtos brasileiros e desenvolver maior tecnologia nos processos industriais. “O maior problema é que vivemos numa constante pressão. De um lado, os pecuaristas que querem melhores preços, de outro, os consumidores, principalmente internacionais, que querem pagar cada vez menos”, disse o presidente do Friboi, José Antônio Batista Júnior, ao lembrar que o preço da arroba continua em R$ 52 graças à ampliação do mercado externo. Ele comentou ainda que o setor trabalha para ampliar ainda mais o mercado visando, principalmente, o bloco formado pelos Estados Unidos, Canadá e México (Nafta), Japão e Coréia do Sul.

Fonte: Jornal Correio do Estado

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