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Menino Iruã pode não vir para o Brasil na segunda-feira

Juliana Andrade/ABr - 07 de fevereiro de 2004 - 17:33

A disputa pelo menino Iruan Ergui Wu, de oito anos, entre seus parentes paternos que moram em Taiwan e a avó materna brasileira, Rosa Leocádia Ergui, não deve terminar na próxima segunda-feira (9), data fixada pela Suprema Corte de Taiwan como o dia em que o menino deverá iniciar a volta ao Brasil, depois de três anos afastado da família que vive no Rio Grande do Sul. O diretor do escritório brasileiro em Taiwan, Paulo Antônio Pereira, disse ter dúvidas quanto ao cumprimento da sentença judicial. “Não há segurança alguma de que o menino poderá retornar”, disse Pereira, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, realizada ao vivo hoje pela manhã.

“Apresentarei três propostas na segunda-feira. Uma de receber o menino e viajar com ele para o Brasil. A segunda é que se o tio quiser ir nesse vôo comigo, ele tira o visto na própria segunda-feira. A terceira é que se Iruan não for entregue, vou cobrar do juiz que o tio seja preso, conforme o juiz vem alardeando que iria fazer”, avisou Pereira, lembrando que o garoto está retido em Taiwan ilegalmente, uma vez que a guarda definitiva do menino pertence à avó materna.

A disputa judicial por Iruan durou dois anos e teve início depois que o pai dele morreu, 20 dias após os dois chegarem a Taiwan para o menino conhecer a família paterna, em 2001. Iruan já era órfão de mãe e passou a viver com um tio, o que fez com que a avó Leocádia exigisse o retorno do menino.

O diretor do escritório do Brasil em Taiwan ressaltou que a retenção do garoto pela família paterna fere os direitos humanos básicos de uma criança. “Fere direitos humanos pelo fato de ele estar separado de seu núcleo familiar mais chegado, que é a família do Brasil. Também viola o direito a uma identidade cultural do menino e ainda à privacidade, porque ele é exposto permanentemente na televisão”, observou.

Segundo Pereira, a decisão judicial levou em conta o que era melhor para o garoto. “Esse caso foi vencido pela família brasileira em três instâncias. Onze juízes julgaram que o melhor para o menino é retornar ao Brasil. Não se trata de agradar à família brasileira, nem de desagradar à família de Taiwan”, destacou.

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